Tales: Abin investigada mostra que informação era prioridade para Bolsonaro
Colaboração para o UOL, em São Paulo
03/11/2023 14h01
A investigação da Polícia Federal sobre possíveis dossiês produzidos pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) sobre adversários políticos de Jair Bolsonaro, revelada com exclusividade pelo UOL, comprova como o acesso a informações era uma prioridade para o ex-presidente. A análise é do colunista Tales Faria, em participação no UOL News desta sexta (3).
Isso comprova e se junta à célebre reunião em que Bolsonaro rompeu publicamente com Moro e queria ter mais dados dos órgãos de informação, da Polícia Federal e da Abin. O centro do governo do Bolsonaro foi a área de informações, à qual ele era mais ligado durante a ditadura e a essa gente que achava que valia tudo para conseguir informação, inclusive tortura. Tales Faria, colunista do UOL
Para Tales, as investigações da PF mostram que Bolsonaro desejava passar por cima da legislação, assim ocorreu durante a ditadura militar. O colunista reforçou que as consequências seriam ainda piores caso o ex-presidente tivesse êxito na trama golpista para se manter no poder.
Não havia qualquer respeito à lei. É isso o que está se mostrando nessa investigação. Não se queria respeitar de forma alguma a legislação e, se depois conseguisse dar o golpe, nem os direitos humanos. Tales Faria, colunista do UOL
Espionagem no governo brasileiro não é novidade; falta punição aos envolvidos, diz Madeleine
Madeleine Lacsko relembrou alguns casos de espionagem ocorridos dentro dos governos de Dilma Rousseff e de Fernando Henrique Cardoso. A colunista frisou que estes casos terminaram sem punições e cobrou que a investigação da PF sobre a Abin não tenha o mesmo desfecho.
O governo brasileiro terá que dar consequência a quem fica espionando adversário político. A cada governo que passa a história fica pior. O que aconteceu com essa gente toda? Nada. Conforme o tempo passa, piora. Como não dá em nada, é muito vantajoso espionar jornalista e adversário político. É uma violação de todas as garantias básicas da democracia. O Estado não pode fazer isso. Ou esse pessoal é punido como se deve ou não conseguiremos conter isso. Madeleine Lacsko, colunista do UOL
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