8/1: Barroso chama golpistas de Quixotes do mal e aprendizes de terroristas
Do UOL, em Brasília e em São Paulo
08/01/2024 14h54Atualizada em 08/01/2024 16h55
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, disse que os atos golpistas de 8 de janeiro revelaram um "Brasil que não se parece com o Brasil" e que a destruição foi provocada por "Quixotes do mal" e "aprendizes de terroristas".
O que aconteceu
O presidente da Suprema Corte criticou o vandalismo. A declaração foi feita durante a abertura de uma exposição em alusão aos atos de 8 de janeiro do ano passado, que culminaram na destruição do edifício-sede da Corte.
Estamos aqui para manter viva a memória do episódio que remete ao país que não queremos. O país da intolerância, do desrespeito ao resultado eleitoral, da violência destrutiva contra as instituições. Um Brasil que não parece com o Brasil.
Roberto Barroso, presidente do STF
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Segundo o ministro, a destruição foi causada por pessoas aparentemente comuns, mas insufladas por falsidades e sentimentos antidemocráticos. "Aprendizes de terroristas", classificou.
Vivem de inventar inimigos. Quixotes do mal. Falsos patriotas que não respeitam os símbolos da pátria. Falsos religiosos que não cultivam o bem, a paz e o amor. Desmoralizaram Deus e a bandeira nacional.
Roberto Barroso, presidente do STF
Barroso mencionou ainda que o STF atuará para garantir a punição aos envolvidos. "Tratar com condescendência o que aconteceu é dar um incentivo para que os derrotados da próxima eleição, sejam quem forem, também se sintam no direito de depredar os prédios das instituições públicas. Estamos aqui para evitar que isso aconteça de novo", disse.
Em evento com autoridades, Barroso fez discurso semelhante e disse que não há "monopólio" do patriotismo. O presidente do STF acrescentou ainda que o Brasil precisa de um "choque de civilidade" e de "denominadores comuns" entre distintas ideologias.
Precisamos de um choque de civilidade no país. Que todos os brasileiros, liberais, progressistas e conservadores, possam se unir em torno dos denominadores comuns que estão na Constituição. [...] Ninguém tem o monopólio do patriotismo ou do amor ao Brasil.
Luís Roberto Barroso, durante discurso no evento "Democracia Inabalada"
Convidada por Barroso, Rosa Weber fez um breve discurso em sequência. Responsável por liderar os trabalhos de reconstrução da sede, ela disse que o 8 de janeiro deve ser lembrado não somente como o dia da Infâmia —termo que cunhou no ano passado— mas também o dia da Resistência. "A face da resistência constitucional da democracia, que restou inabalada", afirmou.
A cerimônia foi realizada antes do ato em alusão aos atos de 8 de janeiro no Congresso Nacional. Além dos ministros do STF, estiveram presentes Flávio Dino (Justiça, que em breve assume vaga no STF), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Paulo Gonet (Procuradoria-Geral da República) e os presidentes do STJ (Superior Tribunal de Justiça), TST (Tribunal Superior do Trabalho) e STM (Superior Tribunal Militar).