Caso Ramagem: oposição vê perseguição e cobra reação de Lira e Pacheco
Deputados da oposição afirmam que a operação contra Alexandre Ramagem (PL-RJ) está inserida num contexto de perseguição contra parlamentares da direita. Eles pedem uma reação dos presidentes do Congresso.
O que aconteceu
É a segunda vez neste ano que um bolsonarista tem o gabinete vasculhado por agentes da Polícia Federal. Carlos Jordy (PL-RJ) foi investigado por suposta ligação com atos antidemocráticos. Naquela vez, aliados falaram em "ataque à democracia" para defendê-lo.
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Ramagem, falou hoje em perseguição no X (antigo Twitter). "Está claro que mais essa operação da PF de hoje contra o deputado Alexandre Ramagem é uma perseguição por causa do [ex-presidente Jair] Bolsonaro."
Segundo o deputado Sargento Gonçalves (PL-RN), a direita está sob ataque. "Está claro que essas operações contra deputados da oposição evidenciam clara perseguição".
Para o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), o governo instrumentalizou a PF (Polícia Federal). Ele declarou que a corporação age a serviço do governo.
O deputado Rodrigo Valadares (União-SE) fala em ação orquestrada e pede reação dos presidentes da Câmara e do Senado. "Espero que as presidências do Congresso Nacional se manifestem sobre esses abusos", afirmou.
Na avaliação do deputado Cabo Gilberto (PL-PB), o Brasil vive um "estado de exceção".
O senador Jorge Seif (PL-SC) chamou o Congresso de frouxo e acovardado. A afirmação ocorreu num comentário à postagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Instagram.
A PF, que um dia já foi aclamada por prender bandidos, hoje presta um desserviço ao perseguir os opositores do governo Lula.
Deputado Rodolfo Nogueira
Congresso frouxo. Acovardado. Dia a dia enfraquece e desmoraliza sua autoridade. Estamos juntos, delegado Ramagem.
Senador Jorge Seif
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN) vinculou as operações da PF às eleições. Ele citou que Carlos Jordy é pré-candidato a prefeitura de Niterói e Ramagem é o nome do PL para concorrer à prefeitura do Rio de Janeiro.
Suspeitas contra Ramagem
Uma das suspeitas é que Ramagem tenha usado a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), à época sob seu comando, para proteger o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O parlamentar divulgou nota negando qualquer benefício e chamou a situação de absurda.
Ele também é investigado por supostamente usar a agência para espionar autoridades. Estão na lista de possíveis monitorados os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia.
A PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra Ramagem e mais sete policiais que teriam agido a mando dele. Os alvos ficam em Brasília, Juiz de Fora (MG), São João Del Rei (MG) e Rio de Janeiro.
O deputado e sua defesa ainda não se manifestaram sobre a operação. O espaço segue aberto para comentários.
É mentira que a Abin tenha me favorecido de alguma forma, em qualquer situação, durante meus 42 anos de vida.
Flávio Bolsonaro, em nota à imprensa