Alerj derruba decisão que afastou Lucinha por suposta ligação com milícia
A Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) derrubou, em sessão no plenário nesta quinta-feira (8), os efeitos da decisão judicial que afastou a deputada Lúcia Helena de Amaral Pinto, conhecida como Lucinha (PSD). Ela teria ligação com a milícia de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho.
O que aconteceu
A suspensão da decisão teve 52 votos favoráveis e 12 contrários.
Porém, os deputados aprovaram a abertura de investigação contra Lucinha no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar. Lucinha poderá voltar a atuar na Casa até esse processo ser finalizado.
O presidente da Alerj, deputado Rodrigo Bacellar (PL), afirmou que a decisão respeita a harmonia e independência dos poderes. "O Ministério Público, na envergadura de sua função, fez o que tinha que fazer: investigar e denunciar. E a nós, Poder Legislativo, coube decidir sobre a prerrogativa ou não dessa questão que nos foi passada pelo Judiciário".
A necessidade de manifestação da Alerj já estava presente na decisão do desembargador Benedicto Abicair, que afastou Lucinha.
Na defesa apresentada à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a deputada havia dito que medida cautelar era inócua. Lucinha argumentou que não existia nenhum elemento novo e a investigação é antiga.
Milícia
O TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) determinou em dezembro do ano passado o afastamento da deputada.
Duas pistolas e R$ 140 mil em dinheiro vivo foram encontrados na casa de Lucinha. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Lucinha em Campo Grande, no Rio de Janeiro.
Mandados de busca e apreensão também foram realizados no gabinete da deputada na Alerj.
Segundo o Ministério Público, Lucinha usava sua influência e o cargo para atender aos interesses da milícia de Zinho. O miliciano é conhecido como um dos mais poderosos do Rio de Janeiro atualmente. Segundo a PF, a parlamentar é chamada de "madrinha" pelos criminosos.
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