Reinaldo: Michelle homenageada no Theatro Municipal é improbidade na veia
O colunista do UOL Reinaldo Azevedo afirmou durante o programa Olha Aqui! que Michelle Bolsonaro ser homenageada no Theatro Municipal de São Paulo configura o crime de improbidade administrativa.
Não pode pela lei de improbidade administrativa. Está se usando um bem público em benefício de uma pessoa ou de um grupo. A lei de improbidade administrativa separa os crimes que implicam em enriquecimento ilícito, mas o uso indevido do bem público também é improbidade. É improbidade administrativa na veia. Reinaldo Azevedo
Após ofício enviado pelo vereador Rinaldi Digilio (União Brasil), a prefeitura de São Paulo liberou o uso do Theatro Municipal para a cerimônia que concederá o título de cidadã paulistana à Michelle Bolsonaro. O evento está previsto para acontecer no dia 25 de março, mas políticos do PSOL entraram na Justiça apontando a possível prática de crime de peculato contra a administração pública.
Além do possível crime de improbidade administrativa, Reinaldo também apontou outra ilegalidade, que seria a realização de campanha eleitoral antecipada. No momento, inclusive, está sendo articulado um apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro ao prefeito Ricardo Nunes (MDB) na disputa pela prefeitura paulista neste ano.
Obviamente esse evento para mais de mil pessoas tem um objetivo político e evidentemente também caracteriza campanha eleitoral antecipada. Hoje Michelle é a primeira-dama do PL e presidente do PL Mulher, e é claro que está se construindo a figura da Michelle, inclusive como alternativa para a Presidência. (...) nesse momento também está se cuidando do apoio do Jair Bolsonaro a candidatura de Ricardo Nunes. Me parece que até mesmo a questão eleitoral entra aí, e pode-se especular se não tem uma forma de campanha eleitoral antecipada. Reinaldo Azevedo
Para o colunista do UOL, a cerimônia deveria acontecer na Câmara Municipal, como normalmente acontece, mas, se houver insistência pelo uso do Theatro Municipal, o valor do aluguel do local deveria ser cobrado.
Eles não podem usar um aparelho público não destinado a esse fim político, a menos que aluguem o Theatro Municipal. O aluguel para uma atividade privada no Theatro Municipal custa quase R$ 500 mil, eles vão pagar? (...) se ela vai receber o título de cidadã paulistana que se faça na Câmara ou o PL alugue um espaço ou pague pelo Theatro Municipal e faça algo privado. Usar o aparelho público para isso é improbidade, até porque já existe o ambiente próprio para isso que é a Câmara. Reinaldo Azevedo
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