PSOL pede cassação de Zambelli por pressionar ex-chefe da FAB a dar golpe
A bancada do PSOL na Câmara pediu a cassação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por sua suposta participação em uma "tentativa de agitação golpista". O partido usa como argumento o depoimento do ex-comandante da FAB (Força Aérea Brasileira), Carlos Batista Júnior, à Polícia Federal.
O que aconteceu
PSOL vê Zambelli como 'um dos maiores expoentes do golpismo'. "A cassação da deputada Carla Zambelli, mais do que uma possibilidade, agora se torna um imperativo", diz um trecho do documento. O pedido foi feito em aditamento a uma representação enviada em agosto de 2023 à Comissão de Ética da Câmara.
Pedido anterior foi motivado por depoimento de Walter Delgatti Neto. Ao ser confrontado em CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), o hacker afirmou que Zambelli e seus auxiliares financiaram despesas dele enquanto planejavam uma invasão às urnas eleitorais e a produção de um "código-fonte fake" que pudesse ser transformado em propaganda da campanha contra o sistema eleitoral.
A deputada que correu atrás de um homem estando armada, em São Paulo, agora é apontada por um membro do alto escalão das Forças Armadas como não só uma agitadora do golpe, mas uma das principais articuladoras junto a instituições de Estado. Esperamos a apuração e a cassação da parlamentar.
Pastor Henrique Vieira, líder em exercício da bancada do PSOL
Depoimento à PF
Ex-chefe da FAB diz ter sido abordado por Zambelli em dezembro de 2022. Em depoimento à PF, Carlos Batista Júnior contou ter encontrado com a deputada após uma formatura militar em Pirassununga (SP). A abordagem, portanto, aconteceu um mês após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Lula (PT) nas eleições.
Veja como foi o diálogo, segundo depoimento do ex-chefe da FAB:
Zambelli: "Brigadeiro, o senhor não pode deixar o presidente Bolsonaro na mão."
Batista Jr.: "Deputada, entendi o que a senhora está falando e não admito que a senhora proponha qualquer ilegalidade."
Segundo Baptista Jr., Zambelli fez o mesmo pedido ao então ministro da Defesa. O ex-chefe da FAB disse que o general Paulo Sérgio de Oliveira "foi abordado pela deputada federal Carla Zambelli de forma semelhante".
Deputada afirmou que não se lembra da suposta conversa com Baptista Jr. Em nota, a defesa de Zambelli reforçou que ela jamais pediria algo ilícito e "se, porventura, pediu acolhimento, o fez por causa da derrota nas eleições".
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