Valdemar diz que foi pressionado por Bolsonaro a acionar TSE contra urnas
Do UOL, em São Paulo
15/03/2024 13h56Atualizada em 15/03/2024 14h55
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou em depoimento à PF que Bolsonaro o pressionou para acionar o TSE contra as urnas eletrônicas.
O que aconteceu
Vazamento do relatório do Instituto Voto Legal, contratado pelo PL, motivou pressão, segundo Valdemar. A ofensiva do PL no Tribunal Superior Eleitoral, com base nas supostas conclusões do relatório, pedia para anular votos proferidos em 279 mil urnas eletrônicas, cerca de 59% do total usado nas eleições.
À PF, Valdemar disse que outros partidos da coligação não haviam sido consultados sobre a ação. O Republicanos e o Progressistas também integravam a coligação "Pelo Bem do Brasil".
Apenas o PL lidou com os custos da contratação do Instituto que apontou falsamente erros na contagem de votos nas urnas eletrônicas. Pela ação, que não questionou os resultados do 1º turno das eleições — que elegeu dezenas de parlamentares do PL, a maior bancada da Câmara hoje —, a coligação foi multada em R$ 22,9 milhões.
Indagado se o então presidente Jair Bolsonaro insistiu com o declarante para ajuizar ação no TSE questionando o resultado das urnas eletrônicas, [Valdemar] respondeu que quando houve o vazamento do relatório do IVL, os deputados do Partido Liberal e então presidente Bolsonaro o pressionaram para ajuizar tal ação.
Trecho do depoimento de Valdemar Costa Neto à PF
Moraes liberou íntegra dos depoimentos
O ministro do STF liberou o acesso a 27 depoimentos. As oitivas aconteceram no âmbito das investigações sobre um plano golpista em 2022. Acesse as íntegras dos textos.
Comandantes das Forças Armadas na época confirmam intenção de Bolsonaro de dar golpe caso tivesse apoio. O ex-comandante Carlos Almeida Baptista Júnior (Aeronáutica) disse à PF que, se o então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, tivesse concordado, um decreto de Estado de Sítio seria declarado para impedir a posse de Lula (PT). Leia o que dizia o documento golpista.