OPINIÃO
Reinaldo: A 'covardia' de Bolsonaro esteve em insistir no golpe até o fim
Colaboração para o UOL, em São Paulo
18/03/2024 15h26
O colunista do UOL Reinaldo Azevedo afirmou durante o programa Olha Aqui! que o ato de covardia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi ter insistido em dar um golpe de Estado até as últimas possibilidades se esgotarem.
Covarde Bolsonaro é porque atentou contra as instituições e a democracia. Isso é um ato de covarde que não sabe enfrentar a derrota eleitoral. Bolsonaro foi até o fim e, ainda no dia 28 de dezembro [de 2022] tinha gente achando que podia dar [certo o golpe]. (...) Bolsonaro não recuou e o golpe só não aconteceu porque Exército e Aeronáutica não toparam. Reinaldo Azevedo
Em reunião com ministros hoje (18) no Palácio do Planalto, o presidente Lula (PT) disse que o golpe não aconteceu porque Bolsonaro "é um covardão". Lula afirmou que o ex-presidente não teve coragem de executar o golpe e preferiu se trancar em casa e depois fugir para os Estados Unidos, ao invés de colocar o golpe em prática.
Reinaldo, por sua vez, discordou do presidente e disse que Bolsonaro insistiu no golpe até o fim mas, por falta de apoio das Forças Armadas, é que o plano não foi executado.
Não é que o golpe não tenha saído por covardia de Bolsonaro. O golpe não saiu porque os militares não toparam. É muito mais grave, porque a covardia faria supor que Bolsonaro em dado momento, em ato de bom senso, teria pensado que era melhor não colocar o golpe em prática, mas não foi isso que aconteceu. Ele foi até o fim, mas o comandante do Exército disse não, o comandante da Aeronáutica disse não e, o único que disse sim foi o comandante da Marinha. Não se dá um golpe só com a Marinha e para dar um golpe no Brasil precisa do Exército. Não houve golpe, mas não foi porque o Bolsonaro tenha se acovardado. Reinaldo Azevedo
O colunista do UOL destacou que Bolsonaro deu sinais de golpismos desde o instante de sua posse como presidente, mas também questionou se em um eventual golpe, o mesmo teria conseguido se sustentar.
Não que o golpe fosse se sustentar depois, mas Bolsonaro foi até o fim e isso é coisa de um covarde que tenta se esconder atrás das Forças Armadas e que tinha medo do que pudesse vir depois. Nesse sentido é coisa de covarde, mas não no sentido de quem recuou. Bolsonaro não desistiu de dar o golpe e sua primeira fala golpista foi em 1º de janeiro de 2019 nos discursos de posse. Tinham sinais e sementes de golpismo e ele tentou mobilizar as Forças Armadas para evitar as eleições e depois para impedir a posse do presidente eleito. Reinaldo Azevedo
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