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Milei critica perseguição judicial a Bolsonaro, a quem chama de 'amigo'

O presidente da Argentina Javier Milei criticou a "perseguição judicial" sofrida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro no Brasil. Porém, não fez referência direta a determinada pessoa.

O político participou neste domingo (7) do congresso conservador CPAC Brasil, que ocorria desde ontem em Balneário Camboriú, em Santa Catarina.

Javier Milei na CPAC Brazil
Javier Milei na CPAC Brazil Imagem: EVARISTO SA / AFP

O que aconteceu

Milei disse que Bolsonaro "sofre perseguição judicial", porém não citou nomes. Declaração ocorreu após presidente da Argentina apresentar um panorama do "fracasso" do socialismo. "Como o socialismo é insustentável e necessariamente fracassa, os governos que seguem nele, terminam sendo rechaçados pela sociedade ou terminam violando a liberdade e jogando com a vida de seus cidadãos para se preservar no poder", disse o presidente argentino.

"Dispostos a torcer as regras", diz presidente argentino. Milei disse que as mesmas pessoas que "enchem a boca" para falar de democracia, pluralismo e opressão são os que "estão dispostos a torcer as regras inclusive interrompendo a ordem constitucional" para se manter no poder.

Antes de falar de Bolsonaro, o presidente argentino citou a situação da Venezuela e da Bolívia. Neste último caso, comentou do ocorrido em 2019, quando Evo Morales tentou concorrer a mais um mandato - ele já estava no poder há 13 anos. "Vejam a perseguição judicial que sofre nosso amigo Jairo Bolsonaro aqui no Brasil", disse o presidente argentino, sendo aplaudido.

Milei pede que o conceito de justiça seja recuperado. "Em nome da justiça social, estão cometendo atrocidades mais injustas. Em nome da justiça social estão expropiando riquezas construídas por gerações", disse o presidente. Para Milei, fazer justiça não é apenas que "todos sejamos iguais". "Justica é poder tentar uma vida melhor e realizar esse plano se possível. Justiça é que cada um sonhe em ser dono de sua vida ou como nós dizemos: que cada possa voltar a ser o arquiteto do seu próprio destino. Isso sim é justiça", complementou.

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Em discurso, presidente argentino não faz citação a Lula. Nos dois dias do congresso conservador, o nome de Lula foi um dos mais falados nas palestras - e não faltaram imagens e frases jacosas. Porém, na fala de quase 30 min de Milei, não foi feita nenhuma menção ao político.

Socialismo até apresenta bons resultados no começo, mas não se sustenta a longo prazo, entende Milei. Segundo o presidente, inicialmente, são usadas reservas econômicas e outros ativos. "Em um primeiro momento a economia cresce. Mas quando o dinheiro acaba, tendem a aumentar os impostos. É uma bonança fictícia".

Milei foi recebido como "popstar". A entrada do presidente argentino lotou o auditório do Expocentro onde ocorria o CPAC Brasil. Até então o espaço - que tem capacidade para 3 mil pessoas - sempre tinha dezenas de cadeiras vazias ao fundo. Porém, isso não foi registrado hoje durante a fala de Milei. Ao ver o presidente argentino ingressar ao palco, o público se levantou e foi aos gritos. "Milei, Milei, Milei", gritaram.

Pacto com Bolsonaro. Após discursar, Milei foi em direção a Bolsonaro que estava no centro do palco. Os dois se abraçaram efusivamente e se voltaram para o público. Lado a lado, eles deram as mãos e por diversas vezes, as ergueram para cima e para baixo.

Milei chegou ao Brasil na noite de sábado. No vídeo divulgado nas redes sociais do ex-presidente, Milei e Bolsonaro aparecem na companhia do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello. O momento foi registrado por meio de um vídeo por Eduardo Bolsonaro.

Bolsonaro entrega medalha de 'imorrível, imbrochável e incomível' a Milei. A medalha entregue pelo político brasileiro ao argentino tem os três "is". O objeto faz referência à fala em que Bolsonaro classificou a si mesmo como "imbrochável, imorrível e incomível". O presidente argentino é um dos palestrantes previstos para falar no evento.

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Ex-presidente costuma entregar o objeto como presente para aliados. Em junho, Bolsonaro entregou a medalha para o prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Milei não participa de Cúpula do Mercosul, que inicia amanhã em Assunção, no Paraguai. É a primeira vez que a cúpula do Mercosul se reúne sem um dos chefes de estado. Enquanto o presidente da Argentina Javier Milei decide não participar da reunião, Luis Arce representa pela primeira vez a Bolívia como membro-pleno do bloco.

De acordo com o porta-voz Manuel Adorni, a agenda do presidente argentino está sobrecarregada e, por conta disso, ele não pretende participar da reunião com outros chefes de estado.

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