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Nunes demite subprefeito próximo de Rubinho; vereador fala em 'revanchismo'

Vereador por São Paulo Rubinho Nunes, co-fundador do MBL Imagem: Divulgação/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

02/09/2024 14h43Atualizada em 02/09/2024 14h43

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), demitiu nesta segunda-feira (2) o subprefeito da Lapa, Luiz Carlos Smith Pepe, próximo do vereador Rubinho Nunes (União Brasil), que agora apoia Pablo Marçal (PRTB) na corrida eleitoral.

O que aconteceu

A exoneração foi publicada em portaria do Diário Oficial da cidade. Ele é investigado pela Controladoria Geral do Município por suposta atuação em fiscalizações e apreensões realizadas fora da área territoriais dirigidas por ele. O UOL tentou contato com Pepe, mas não obteve resposta.

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Rubinho Nunes afirmou que exoneração foi ato de "revanchismo político". O vereador disse que tem uma relação de amizade com o ex-subsecretário. "Naturalmente, as pessoas que tem uma proximidade comigo vão sair", disse. "Ele era o único subprefeito que fazia um combate forte do pancadão em São Paulo, os demais foram acovardados.

O prefeito nomeou Ana Carolina Lafemina, secretária-adjunta da Secretaria Municipal das Subprefeituras, para responder pela pasta. Ela atua na administração pública há 25 anos, segundo a prefeitura. "Havia uma indicação dele [Rubinho Nunes] e é natural que uma vez que está configurado o perfil dele de um traidor, de uma pessoa que não tem caráter, obviamente vou trabalhar com quem eu tenha proximidade maior."

Investigação contra Pepe segue em andamento. Segundo a prefeitura, na Controladoria Geral do Município, a apuração para averiguar denúncia de eventuais irregularidades em fiscalização de estabelecimentos da região da favela de Heliópolis com atuação de supostos fiscais da Subprefeitura Lapa permanece em andamento. O processo está em fase de instrução e seu teor é sigiloso.

Rubinho oficializa desembarque de campanha de Nunes

Rubinho Nunes anunciou apoio a Marçal no sábado (31). O partido do vereador é da coligação do prefeito, candidato à reeleição. O presidente da MDB, Milton Leite, condenou a decisão e ameaçou o vereador de expulsão.

Rubinho publicou vídeo fazendo campanha ao lado do influenciador. O vereador é candidato à reeleição. No vídeo, Rubinho chama Marçal de "o prefeito de São Paulo". Em resposta, o prefeito afirmou que a saída do ex-aliado da coligação é uma opção dele e que havia divergências entre ambos.

O vereador afirmou ao UOL que "nunca teve uma relação próxima com o prefeito". Contudo, Rubinho foi relator da comissão criada para analisar a privatização da Sabesp, instalada na Câmara em outubro — um dos projetos prioritários para a administração municipal.

Rubinho disse que Nunes teve "a alma roubada pelos tucanos". "Ricardo não falava comigo havia muito tempo", afirmou. Ele criticou uma suposta ausência da figura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) da campanha do prefeito. "Isso me incomoda pq ele esconde o Bolsonaro. Ele tirou o nome do coronel Mello Araújo [candidato a vice] da propaganda, não precisamos dessa linha que esconde a direita."

Vereador disse que vai fazer o convite para o ex-sub-prefeito da Lapa apoiar Marçal. "Ainda não falei com ele. Vou fazer o convite. Pepe enfrenta o crime organizado e é um apoio alinhado comigo."

Em agenda, nesta segunda-feira, Nunes disse que não teme o desembarque de outros vereadores da campanha. "É que vocês dão muita ênfase ao nome de um ou dois traidores, a gente precisa falar dos mais de 500 que acompanham a nossa chapa. Tem gente que é do PT e tem simpatia à minha candidatura."

O prefeito disse que divergências entre ele e Rubinho começaram quando o vereador propôs um projeto de lei que previa multa para doadores de alimentos a pessoas em situação de rua. "Ali já começou uma diferença de posicionamento", afirmou. "No caso do Rubinho, a gente já não vinha se dando bem em relação ao que cada um pensa, Ele não vai fazer nenhuma falta. Acho que ele combina mais com o perfil do outro lado mesmo."

É uma opção dele, já vai tarde, tinha divergências de pensamento da forma como ele conduzia as questões, principalmente quando ele queria vetar as pessoas que estavam distribuindo comida voluntariamente [a moradores em situação de rua].
Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo e candidato à reeleição

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