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Silvio Almeida é o quarto ministro demitido do governo Lula; veja os outros

Silvio Almeida e o general Gonçalves Dias deixaram o governo Lula após escândalos Imagem: Filipe Araújo/Ministério dos Direitos Humanos e Evaristo Sá/AFP

Do UOL, em São Paulo

06/09/2024 19h09

Silvio Almeida não é o primeiro ministro a deixar o governo Lula. Em dois anos e meio, as pastas do Turismo, do Esporte e também o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) tiveram "danças das cadeiras". As trocas foram fundamentais para Lula desviar de escândalos e melhorar sua relação com o Congresso —onde não tem maioria.

O que aconteceu

Ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi exonerado do cargo pelo presidente Lula (PT) após virem a público denúncias de assédio sexual. Em nota, a ONG Me Too Brasil tornou pública as acusações, feitas de forma anônima, após reportagem do Metrópoles na quinta (5), quando o nome da ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) passou a ser citado como uma das denunciantes. Ela não falou publicamente sobre o assunto.

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Anielle confirmou denúncias. O UOL apurou com fontes próximas ao presidente Lula que a ministra confirmou a colegas da Esplanada que havia sido vítima de importunação sexual e assédio por parte de Almeida.

A saída do ministro é o maior escândalo desde a troca do general Gonçalves Dias, que foi ministro chefe do GSI. Ele pediu demissão em abril de 2022, após a CNN divulgar imagens do circuito interno de segurança que mostram Gonçalves Dias circulando no terceiro andar do palácio em 8 de janeiro de 2023, quando aconteceram os atos golpistas em Brasília.
O ministro estava na antessala do gabinete do presidente da República. Ao mesmo tempo, golpistas recebiam água de militares e cumprimentavam agentes do GSI durante os ataques. A atuação do GSI foi colocada em xeque com a invasão e, após uma reunião com Lula, o ministro demissionário deixou o governo com pouco mais de três meses de posse.

Relação entre Gonçalves Dias e Lula durou mais de duas décadas. Ele comandou a segurança do presidente petista nos seus dois primeiros mandatos, entre 2003 e 2010. Após a saída de Gonçalves Dias, Lula nomeou Ricardo Cappelli, ex-interventor da segurança no Distrito Federal, para comandar interinamente o gabinete.

Segunda demissão foi no Turismo

No início de julho de 2023, Daniela Carneiro foi substituída por Celso Sabino (União-PA) no Ministério do Turismo. A segunda troca aconteceu após a ministra demissionária anunciar que deixaria o União Brasil para se filiar ao partido Republicanos — a decisão colocou Lula em um conflito de interesses. Daniela e seu marido, o atual prefeito de Belford Roxo, Waguinho (Republicanos), eram dois importantes aliados do presidente petista no Rio de Janeiro.

O União Brasil, que tinha indicado Carneiro para gerir o turismo, reivindicou a pasta. Lula tentou manter Daniela à frente do Turismo, mas não conseguiu, diante da sua relação delicada com o União Brasil, que tem a quarta maior bancada no Congresso.

O presidente agradeceu a ministra pelo excelente trabalho feito pela recuperação do turismo no Brasil e pela disposição dela de permanecer contribuindo com o governo no Congresso, com o protagonismo de ser a deputada federal mais votada do Rio de Janeiro
Nota que divulgou a saída de Daniela Carneiro do Ministério do Turismo

Além das questões partidárias, o nome de Daniela sofria desgaste desde o início do governo. Na época, se tornou pública a participação da família do miliciano Juracy Alves Prudêncio, o Jura, em campanhas dela e na gestão de seu marido, o prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro, o Waguinho.

No Esporte, substituição foi por aliado de Lira

Ana Moser foi a terceira ministra a ser demitida no governo Lula. Ela foi a gestora da pasta dos Esportes e foi demitida por "decisões puramente políticas", na avaliação de Moser, que disse que a sua demissão foi uma decisão do presidente de "abandonar o esporte".

Ela foi substituída pelo aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), André Fufuca (PP-MA), em setembro de 2023.

Ana Moser lamentou que as promessas de campanha, de um esporte para toda a nação, tenham tido tão pouco tempo para que se desenvolvessem na retomada da gestão do Ministério do Esporte voltada para a implementação de uma política que efetivasse o direito social à prática esportiva.
Ana Moser, ex-jogadora de vôlei e ex-ministra do Esporte, em nota

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