PF: Homem portava artefatos artesanais e extintor que simulava lança-chamas

A PF (Polícia Federal) diz que encontrou artefatos artesanais e um extintor que simulava um lança-chamas com o homem que explodiu bombas em Brasília na noite desta quarta-feira (13).

O que aconteceu

Extintor estava abastecido com gasolina, afirmou a PF. Segundo a corporação, os materiais artesanais tinham poder de destruição semelhante ao de granadas. "As bombas foram construídas de maneira artesanal, mas com um grau de lesividade muito grande, com várias que simulavam uma granada. Então isso, de fato, poderia trazer um dano ainda maior se houvesse o intento concluído", disse o diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues.

Corporação investiga episódio como atentado terrorista. A informação, que já havia sido antecipada pelo UOL, foi confirmada por Rodrigues. Em nota divulgada ontem, cerca de duas horas após as explosões, a PF informou que um inquérito policial seria instaurado para apurar os ataques. Segundo o chefe da corporação, ainda não se sabe a motivação do ataque.

Diretor da PF contou que, ao ser aberta uma gaveta na casa de Francisco Wanderley, houve uma explosão. Não houve feridos, segundo Rodrigues, já que a ação foi efetuada por um robô antibombas. Essa explosão ocorreu na residência alugada do autor em Ceilândia, cidade que fica a cerca de 25 quilômetros de Brasília, durante varredura feita em conjunto com a Polícia Militar do DF.

Trailer que pertencia ao autor dos ataques no DF também foi encontrado pela PF. O veículo foi achado ao lado do Anexo 4 da Câmara, onde ficam localizados outros trailers que vendem comida no local. Um celular foi apreendido dentro do veículo e a PF também analisa uma caixa que estava próxima ao trailer. "O trailer foi alugado há alguns meses. No interior desse trailer foram encontrados mais materiais explosivos, e também o celular foi encontrado no trailer e o documento do veículo", disse Rodrigues. O aparelho telefônico vai ser periciado para aprofundar as investigações.

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Imagem: Arte/UOL

Ex-mulher diz que autor queria matar Moraes

Ex-mulher do autor das explosões deu a declaração para agentes de Santa Catarina. Ela e outros familiares de Francisco Wanderley Luiz foram localizados por agentes da PF. Ela disse que o principal alvo era o ministro Alexandre de Moraes e "quem mais estivesse junto".

Ela afirma que o ex-marido só morreu porque foi descoberto. Nas imagens do circuito de câmeras da praça dos Três Poderes, é possível ver que Luiz recua depois de ser abordado por um segurança. Ele joga alguns explosivos contra a sede do STF, depois se deita no chão com um explosivo perto da cabeça e morre após a detonação (veja vídeo acima).

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PM diz que achou mais bombas em casa de autor

A polícia diz que o local onde autor de explosões se abrigava era "ambiente confinado". Segundo o major Raphael Broocke, da PM do DF, policiais entraram no local e fazem uma varredura mais cuidadosa do que os trabalhos na praça dos Três Poderes. "Ali o cuidado é muito maior porque envolve outras residências. É um ambiente confinado. Então os policiais estão tendo um cuidado redobrado, muito maior do que o cuidado que se teve aqui", afirmou Broocke.

Casa onde foi realizada busca faz parte de conjunto de quatro quitinetes. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o imóvel era alugado pelo homem que detonou as bombas e essas buscas na residência foram feitas por volta das 22h desta quarta-feira (13) pela polícia. Os relatos de policiais dão conta de que o local tinha muita bagunça e vários objetos espalhados.

Cinto com explosivos no autor foi identificado por robô e removido por policial com traje antibomba. O major Broocke disse que as bombas não foram retiradas pelo robô em razão de uma "limitação operacional" do equipamento da PM. Por isso, um policial precisou se aproximar para fazer o corte dos fios que conectavam o cinto aos explosivos. "Foi uma operação muito delicada justamente para evitar que ocorressem novas explosões", afirmou o porta-voz da PM.

PM também monitora locais onde autor das bombas passou para verificar se há mais explosivos. "Está sendo feito monitoramento dos locais que ele passou para as equipes conseguirem se aproximar ao máximo das possibilidades de ele ter colocado bomba em outras regiões, mas tudo em investigação ainda", acrescentou Broocke.

Corpo em frente ao STF foi recolhido às 9h05, quase 14 horas depois da explosão, e liberado para o IML. A perícia no local terminou na manhã desta quinta-feira (14). Francisco Wanderley Luiz se aproximou da entrada do STF por volta das 19h30 de ontem e ativou os explosivos que tinha no corpo. Segundo o relato de um segurança da Suprema Corte, o homem circulou pelo local com "atitude suspeita" e deitou no chão para esperar as bombas explodirem. Um carro também explodiu no estacionamento da Câmara.

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Praça dos Três Poderes está com segurança reforçada na manhã desta quinta-feira (14). Na Esplanada dos Ministérios, policiais instalaram grades para proteger os prédios e viaturas estão estacionadas nas ruas com agentes fazendo a vigia dos arredores. No Palácio do Planalto, o Exército está de plantão na entrada para fazer a proteção do local. As Forças Armadas foram acionadas pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

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