Parentes de autor de explosões no DF serão ouvidos em SC, diz secretário
Parentes de Francisco Wanderley Luiz, autor de explosões na praça dos Três Poderes, serão ouvidos com ajuda da Polícia Civil de Santa Catarina, informou o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar.
O que aconteceu
Um dos intuitos das oitivas é saber se o ex-candidato a vereador pelo PL agiu sozinho. Avelar afirmou em entrevista à CNN que os indícios preliminares são de que o homem seja um "lobo solitário", mas que nenhuma hipótese deve ser descartada.
O autor do crime nasceu no estado sulista e se mudou para o Distrito Federal antes do ataque. Luiz trabalhava como chaveiro na cidade de Rio do Sul, no interior de Santa Catarina.
Ao UOL, o filho de Francisco disse que a família não sabia o paradeiro do homem. Ele confirmou, somente, que o pai saiu do estado catarinense havia cerca de quatro meses.
Ex-mulher disse que Francisco planejava matar Alexandre de Moraes. Segundo o canal Globonews, ela foi uma das pessoas ouvidas pelos agentes catarinenses e disse que o ministro e "quem mais estivesse junto" eram os alvos do atentado. Segundo ela, o homem "só morreu porque foi descoberto".
Além da PCSC, a PCDF e a Polícia Federal atuam no caso. Para o secretário, isto vai agilizar as investigações e trazer mais esclarecimento sobre o que aconteceu.
Além das investigações que estão sendo feitas em Brasília, também estamos fazendo investigações em Santa Catarina, estado de onde ele era oriundo. Ali, pessoas que, em tese, deveriam saber da sua disposição de cometer um ato com essa gravidade na capital federal podem contribuir e certamente serão ouvidas, para nos ajudar a esclarecer se realmente se trata de um lobo solitário.
Sandro Avelar, secretário de Segurança Pública do DF, em entrevista à CNN
Entenda o caso
As explosões ocorreram por volta das 19h30 de quarta-feira (13). Uma varredura será feita nos prédios da Câmara e do STF nesta quinta-feira — as atividades devem ser retomadas a partir das 12h. O Senado Federal também suspendeu os trabalhos.
Luiz teria circulado pelo anexo 4 da Câmara durante o dia, segundo informação dada aos deputados pelo chefe de segurança da Casa. O local abriga a maioria dos gabinetes dos parlamentares. A entrada no prédio é liberada para qualquer pessoa. Os visitantes precisam passar por um detector de metal, mas não há revistas.
A Câmara estava em votação no momento da explosão no estacionamento. Os deputados discutiam a PEC que amplia a imunidade tributária das igrejas. Com a notícia das explosões, parlamentares reclamaram da continuidade da sessão apesar da "banalização da violência e dos ataques de 8 de Janeiro", em referência aos atos ocorridos também na Praça dos Três Poderes.
Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) suspendeu a sessão às 21h14 após a confirmação da morte. O deputado manteve os trabalhos até o horário com o argumento de que estava "aguardando o chefe da Segurança da Câmara dos Deputados".
O STF divulgou uma nota dizendo que "ministros foram retirados do prédio em segurança". A Corte afirmou que "dois fortes estrondos foram ouvidos". A sessão do Supremo era sobre operações policiais nas favelas do Rio. A sessão contou com autoridades e representantes da sociedade civil. Por isso, o plenário estava mais cheio do que o normal — na hora das explosões, muitos ainda estavam no prédio.
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