PF diz a Moraes que Mauro Cid violou cláusulas de delação

A Polícia Federal comunicou ao ministro do STF Alexandre de Moraes nesta terça (19) que o tenente-coronel Mauro Cid descumpriu cláusulas do acordo de delação premiada que fechou no âmbito de investigações que implicam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O que aconteceu

PF fez relatório em que aponta que Cid violou cláusulas da delação. O documento foi encaminhado para análise de Moraes, do(Supremo Tribunal Federal.

Moraes solicitará posicionamento da PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre rescisão dos benefícios. O ministro é relator do inquérito sobre o 8 de janeiro no STF.

Cid prestou depoimento à PF nesta terça-feira (19) sobre plano para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e Moraes. Ele negou ter conhecimento sobre a trama golpista. investigadores teriam ficado insatisfeitos com o teor do depoimento e comunicaram a Moraes sobre o descumprimento das cláusulas da delação.

Novo depoimento de Cid ocorre após PF recuperar informações que estavam no aparelho do militar, mas tinham sido apagadas. Ele foi convocado para explicar porque deletou os dados, que levaram a operação Contragolpe, deflagrada nesta terça. Os dados foram recuperados com o uso de um equipamento militar israelense.

PF prendeu preventivamente na manhã desta terça-feira cinco pessoas suspeitas de envolvimento no plano golpista. São quatro militares dos chamados "kids pretos", as Forças Especiais do Exército, e um policial federal, que teriam planejado atentar contra o resultado das eleições de 2022.

Os militares presos são Hélio Ferreira Lima, Mario Fernandes, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo. Também é alvo Wladimir Matos Soares, policial federal. O ministro Moraes derrubou o sigilo da decisão que determinou a operação da PF.

Mauro Cid aparece na nova investigação da PF. Os documentos apreendidos com o general Mário Fernandes apontam que ele esteve no encontro que planejou as execuções. O tenente-coronel foi responsável pela delação premiada que implicou Bolsonaro no âmbito das investigações sobre a fraude em certificados de vacinação contra a covid-19 e a tentativa de golpe de Estado que teria sido elaborada no alto escalão do governo anterior.

Ele é suspeito de ser um dos responsáveis pelo grupo que fez o plano. Mauro Cid teria participado de reuniões na casa do ex-ministro de Bolsonaro, Walter Braga Neto, onde o golpe teria sido gestado. O tenente-coronel também estaria no Palácio, assim como Bolsonaro, no momento em que o documento golpista foi impresso pelo general Mário Fernandes.

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Também era a Cid que recebia informações sobre o monitoramento de Moraes, Lula e Alckmin. Trocas de mensagens entre os investigados foram divulgadas pela PF. Os codinomes "professora, "Jeca" e "Joca" eram utilizados para se referir a Moraes, Lula e Alckmin, respectivamente.

Cid foi solto por Alexandre de Moraes em maio. Antes disso ele já havia sido preso duas vezes: a primeira em maio de 2023, foi solto em setembro do mesmo ano. Em março deste ano o delator foi preso pela segunda vez e solto em maio.

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