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Sem passaporte, Bolsonaro diz que irá tirar barba para ir a posse de Trump

Camilla Freitas

Do UOL, em São Paulo

23/11/2024 17h32

O ex-presidente Jair Bolsonaro, indiciado pela Polícia Federal no inquérito sobre tentativa de golpe de Estado, afirmou nesta quinta-feira (23) que comparecerá à posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

O que aconteceu

Bolsonaro ironizou em live apreensão do passaporte. Durante uma transmissão ao vivo no perfil de Gilson Machado, ex-ministro do Turismo, o ex-presidente Jair Bolsonaro brincou com a decisão que o impede de viajar ao exterior. Ele afirmou que tiraria a barba para comparecer à posse de Donald Trump, marcada para 20 de janeiro.

Passaporte de Bolsonaro foi apreendido pela Polícia Federal. A medida, aplicada em fevereiro deste ano, também alcançou outras 19 pessoas investigadas. A decisão integra o inquérito da operação Tempus Veritatis, que apura tentativas de golpe de Estado após as eleições.

Aliados acreditam em uma possível liberação do documento. Em entrevista ao UOL News, Gilson Machado demonstrou otimismo sobre a situação de Bolsonaro. Segundo ele, há chances de o ex-presidente conseguir recuperar o passaporte para participar do evento nos Estados Unidos.

Apreensão do passaporte visa evitar uma fuga. De acordo com o ministro Alexandre de Moraes, responsável pela decisão no Supremo Tribunal Federal, a medida cautelar é necessária para impedir que investigados deixem o país durante o andamento das apurações.

O STF rejeitou recursos para devolução do passaporte. Em outubro, a Primeira Turma do tribunal decidiu, por unanimidade, manter a apreensão do documento. Moraes destacou que as investigações indicam risco de evasão de Bolsonaro e dos outros envolvidos no caso.

O desenrolar dos fatos já demonstrou a possibilidade de tentativa de evasão dos investigados, intento que pode ser reforçado a partir da ciência do aprofundamento das investigações que vêm sendo realizadas, impondo-se a decretação da medida quanto aos investigados referidos, notadamente para resguardar a aplicação da lei penal.
Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal

Bolsonaro critica inquérito

Bolsonaro comenta indiciamento em inquérito sobre tentativa de golpe. Ainda em live, o ex-presidente criticou as investigações da Polícia Federal que o apontam, junto a outros 36 nomes, como envolvido em um plano de golpe de Estado. Segundo Bolsonaro, o inquérito busca "chifre em cabeça de cavalo".

O inquérito revela planos de ataques a lideranças políticas. Além de minutas golpistas, as investigações identificaram planos para assassinar o presidente Lula (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Entre os crimes investigados estão tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa.

Bolsonaro criticou prisões de militares acusados de envolvimento. Ele classificou como injusta a detenção de quatro militares e um policial federal na última terça-feira (19). Entre os presos estão o general da reserva Mário Fernandes e outros oficiais ligados às Forças Especiais, conhecidos como "Kids Pretos".

As prisões fazem parte do avanço das investigações. A Polícia Federal deteve, além dos militares, o agente Wladimir Matos Soares, sob suspeita de participação ativa nos planos golpistas.

Bolsonaro também comentou outros temas na transmissão. O ex-presidente falou sobre o jogo entre Palmeiras e Atlético Goianiense e relembrou sua derrota nas urnas no Nordeste durante as últimas eleições, sem poupar críticas à região.

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