Tales: Derrite pede apoio de Bolsonaro para se manter como secretário em SP

Em meio à pressão política e popular, o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, pediu apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para permanecer no cargo, afirmou o colunista Tales Faria no UOL News, do Canal UOL, nesta segunda-feira (9).

O próprio Derrite já falou para o Eduardo Bolsonaro que está sendo vítima de perseguição no governo [de Tarcísio de Freitas] e quer um tipo de intervenção a favor dele e vai ter.

Porque o Bolsonaro não quer que tire o Derrite e ele fique com a mancha de ter indicado um cara errado. Então, [Jair Bolsonaro] não vai aceitar que o governador [de São Paulo, Tarcísio de Freitas] tire o Derrite. Tales Faria, colunista do UOL

Tarcísio tem sido pressionado a demitir Guilherme Derrite diante do número crescente de denúncias de violência policial e letalidade no estado de São Paulo.

O governador, no entanto, descartou essa possibilidade ao ser questionado por jornalistas. "Olhe os números. Você vai ver que está [fazendo um bom trabalho]", disse ele, sem explicar quais números seriam esses.

A polícia de São Paulo é a cara do Derrite. Ele assumiu com as 'costas quentes' pelo Jair Bolsonaro e pelo filho, especialmente o Eduardo Bolsonaro.

Assumiu com todo o poder, porque não tinha outro jeito, e agora o governador sente o desastre que está sendo essa área. Está tentando ver se faz algum tipo de intervenção.
Tales Faria, colunista do UOL

Em maio, ao consultar a certidão criminal de Derrite apresentada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a revista Piauí revelou que o ex-policial militar foi investigado por 16 homicídios, num período de três anos e nove meses, em seis inquéritos abertos contra ele.

Em 2021, o próprio Derrite admitiu os assassinatos ao falar sobre a sua saída da Rota, uma modalidade de patrulhamento da polícia paulista. "Porque matei muito ladrão. A real é essa, simples. Pá!"

Casos de brutalidade denunciados

Dois casos ganharam repercussão apenas nos últimos dias: no domingo (1º), Gabriel Renan da Silva Soares, sobrinho do rapper Eduardo Taddeo, foi morto por um policial militar que estava de folga em frente ao mercado Oxxo, no Jardim Prudência, zona sul da capital paulista. No mesmo dia, outro agente foi gravado em vídeo arremessando um homem de uma ponte em uma abordagem, em Diadema, na Grande São Paulo. Neste caso, a vítima sobreviveu.

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A PM matou 474 pessoas durante ações policiais no estado de São Paulo, entre janeiro e setembro deste ano, segundo dados contabilizados pela própria Secretaria de Segurança. A maioria dos alvos (64%) é formada por pessoas negras (255 pardos e 51 pretos). Ainda há 143 vítimas identificadas como brancas, enquanto as outras 25 pessoas não tiveram a cor da pele registrada.

O levantamento feito pelo UOL mostra ainda que 99% das vítimas são homens, como o estudante Marco Aurélio Cardenas Acosta. A capital paulista lidera a lista de mortos com 122 casos, seguida de Santos, com 36, e São Vicente, 29.

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