Leia íntegra da decisão de Alexandre de Moraes sobre prisão de Braga Netto
Do UOL, em São Paulo
14/12/2024 11h24
O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou a prisão preventiva do general da reserva Walter Souza Braga Netto, ex-ministro e ex-candidato à vice-presidência e figura-chave na administração do ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão, emitida pelo ministro Alexandre de Moraes em 10 de dezembro de 2024, atendeu a uma petição detalhada da Polícia Federal que apontava o suposto envolvimento de Braga Netto em um plano para derrubar o governo democraticamente eleito do presidente Lula e reinstalar Bolsonaro no poder.
A investigação, que teve origem em um inquérito mais amplo sobre a disseminação de fake news e ataques ao sistema eleitoral, revelou uma rede de indivíduos, incluindo oficiais militares de alta patente, que supostamente planejavam executar um golpe de Estado.
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A Polícia Federal identificou Braga Netto como uma figura central nesse esquema, responsável por organizar, liderar e financiar as atividades ilícitas do grupo.
Segundo a petição, Braga Netto teria sediado uma reunião em sua residência, onde militares com treinamento em operações especiais apresentaram planos para ações clandestinas destinadas a interromper a transição de poder. Uma dessas operações, com o codinome "Copa 2022", teria como alvo o ministro Alexandre de Moraes, com planos que incluíam sua detenção ilegal e possível assassinato.
A gravidade das acusações aumenta com a descoberta de que Braga Netto tentou ativamente obstruir as investigações, buscando informações sobre o conteúdo de um acordo de delação premiada firmado por Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-assessor de Bolsonaro. Essa tentativa, confirmada por Cid em seu novo depoimento, envolveu o contato com o pai de Cid para obter detalhes do que havia sido compartilhado com a polícia.
Essa decisão representa um marco significativo nas investigações em curso sobre os eventos relacionados às eleições de 2022 e os ataques subsequentes às instituições democráticas no Brasil.