Saiba por que Braga Netto foi preso pela PF em um sábado
O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e ex-candidato a vice de Jair Bolsonaro, foi preso em um sábado porque, apesar de o mandado de prisão ter sido expedido na terça-feira (10), ele estava viajando a Alagoas e só voltou ao Rio de Janeiro na sexta-feira (13) à noite.
O que aconteceu
A Polícia Federal não costuma fazer operações aos finais de semana. Braga Netto estava viajando e chegou ao Rio na noite de ontem. O general foi alvo de mandados de prisão e de busca e apreensão.
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Legislação prevê punição. A Lei do Abuso de Autoridade estabelece uma pena de detenção, de 1 a 4 anos, e multa a quem "cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h ou antes das 5h".
Braga Netto foi preso em Copacabana, no Rio. O militar será entregue ao Comando Militar do Leste e ficará sob custódia do Exército. Investigação aponta Braga Netto como chefe do grupo que planejou a intervenção militar. Ele teria aprovado e financiado um plano para matar o presidente Lula (PT), seu vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Moraes.
Mandados foram expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Investigação apura uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do governo Lula (PT), eleito em 2022. "As medidas judiciais têm como objetivo evitar a reiteração das ações ilícitas", afirmou a PF, em nota.
O general da reserva é um dos personagens mais mencionados no relatório de 884 páginas da Operação Contragolpe. O militar foi citado 98 vezes. A investigação resultou no indiciamento de Braga Netto, do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros 35 acusados.
Assessor de Braga Netto, o coronel Peregrino, que guardou plano "Lula não sobe a rampa", também é alvo. Agentes cumprem mandado de busca e apreensão na casa dele em Brasília. No mês passado, a PF apreendeu o documento golpista na mesa do coronel, na sede do Partido Liberal, dentro de uma pasta denominada "memórias importantes".
Advogados do general negam que ele tenha coordenado uma tentativa de golpe. Em nota divulgada na semana passada, a defesa diz que Braga Netto não tratou de um suposto golpe e "muito menos do planejamento para assassinar alguém".
O UOL tenta contato com a defesa de Braga Netto. O texto será atualizado quando houver retorno.