Erika Hilton: Recuo do governo sobre o Pix deixou gosto amargo de derrota
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A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) admitiu a falha de comunicação do governo Lula (PT), em meio à onda de desinformação sobre a medida da Receita Federal, e disse que a revogação deu "gosto amargo de derrota" e que a base governista precisa reunir os cacos para restabelecer a verdade. A declaração foi feita durante participação no UOL News, do Canal UOL, nesta quinta-feira (16).
Eu entendo que fomos colocados num cenário de guerra, mas, na minha boca, ficou um gosto amargo [de derrota]. Era preciso combater a mentira, mas manter a decisão. A extrema direita sai como vitoriosa. Deputada Erika Hilton
A parlamentar refere-se ao vídeo publicado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL), aliado político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na gravação, ele contestava a medida que ampliava a fiscalização e dizia que o governo iria tratar o pequeno comerciante como grande sonegador. A publicação ultrapassou a marca dos 216 milhões de visualizações nas redes sociais.
Após a repercussão negativa e onda de fake news sobre o tema, o governo decidiu revogar o ato normativo que alterava as regras de fiscalização da Receita Federal sobre transações financeiras para pessoas físicas via Pix acima de R$ 5.000 por mês.
Ao Canal UOL, Erika Hilton disse que a oposição construiu a narrativa numa velocidade impressionante e que o governo não soube reagir.
Eu fiquei muito assustada com a maneira com que se propagou a mentira. Eles construíram uma narrativa e proliferaram isso numa velocidade absurda. Houve uma falha na comunicação, por parte do governo. Não foi feita na mesma velocidade, na mesma medida, com que a mentira se espalhou. Eu espero que nós consigamos reunir os cacos e restabelecer a verdade, esclarecer à sociedade o que, de fato, acontece, que nunca foi discutido sobre a taxação e o que estava tentando buscar era rastrear quadrilhas, sonegadores, criminosos.
[A revogação da medida] foi uma decisão ruim. Eu acho que não deveríamos ter cedido. Talvez, uma campanha de informação. Eu não consegui ler ou ouvir quais foram os argumentos utilizados pelo governo para justificar esse recuo. Deputada Erika Hilton
A deputada também disse que o episódio leva a necessidade da regulação das redes sociais ao debate.
[O que aconteceu] nos mostra a necessidade de voltarmos a um debate que foi atropelado, engavetado, na Câmara, que é sobre a regulamentação das redes sociais. Não podemos permitir que a internet continue, sem nenhum tipo de fiscalização, para frear, inibir e coibir esse tipo de discursos mentirosos. Deputada Erika Hilton
Kotscho: aprovação de reforma é 'verdadeiro milagre'
No UOL News, o colunista Ricardo Kotscho afirmou que a aprovação da reforma tributária, sancionada nesta quinta-feira (16) pelo presidente Lula (PT), foi um verdadeiro milagre e que entra para a história.
O fato é que foi uma reforma tributária que, como você falou, se discutia há 40 anos, desde o tempo que eu ainda tinha cabelo. E parecia que não ia sair nunca.
Mas conseguir aprovar qualquer coisa [no Congresso] é um milagre, é um dia histórico hoje a aprovação dessa reforma tributária, que vai levar muito tempo para entrar em vigor. Não sei se eu ainda estarei por aqui. Mas o que nós tivemos esses anos todos foi uma disputa pesada de lobbies, todos querendo pagar menos imposto. Ricardo Kotscho, colunista do UOL
A sanção do projeto foi feita na tarde desta quinta, no limite do prazo legal. O projeto também foi aprovado no Congresso no apagar das luzes, antes do recesso, após muitas negociações.
Jurista: 'Nikolas Ferreira agiu acobertado pela imunidade parlamentar'
Ainda durante o UOL News, o advogado e ex-juiz eleitoral Márlon Reis considerou que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL), que publicou vídeo no qual dizia que o governo iria tratar o pequeno comerciante como grande sonegador, agiu acobertado pela imunidade parlamentar.
Não é possível entrar na mente de um parlamentar para saber o que ele queria alcançar com determinada palavra. Na minha opinião, nós temos que ter um apego radical à ideia de imunidade parlamentar. Cabe, sim, uma exceção à regra da imunidade parlamentar. Essas exceções já foram abertas pelo Supremo Tribunal Federal em casos de crime contra a honra, por exemplo. Mas quando falamos da análise de um ato do governo, a oposição tem o direito de ser dura, cruel, brutal e tem o direito de ter opinião errada.
A opinião, neste caso, é grosseiramente errada, totalmente fora da realidade, mas ela não abre uma margem para a responsabilização legal do deputado federal.
Agora, outros que propalaram essa fala, divulgaram, compartilharam, levaram adiante, podem. Eles não estão acobertados pela cortina que protege o deputado federal. Então, por mais que eu seja um dos brasileiros muito impactados ontem com a crueldade das palavras do deputado Nikolas Ferreira, com avaliações e informações completamente falsas, ele agiu acobertado pela imunidade parlamentar. Márlon Reis, advogado e ex-juiz eleitoral
Professor: 'Prisão de cabo revela governador refém de seu secretário'
Durante o UOL News, o professor da FGV Rafael Alcadipani, associado pleno ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública, disse que a prisão de um cabo supostamente envolvido na morte do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, assassinado com 10 tiros de fuzis no Aeroporto de Guarulhos, revela crise na segurança pública de São Paulo, um governador refém da politicagem e um secretário mais preocupado com a próxima eleição.
É algo extremamente grave, gravíssimo. A segurança pública em São Paulo está numa crise, numa crise seríssima, uma crise de falta de controle. O que a gente vê agora, como a gente poucas vezes viu, o grau de infiltração da facção criminosa nas forças policiais. Rafael Alcadipani, professor da FGV e associado pleno ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública
O militar é um dos 15 presos nesta manhã durante a Operação Prodotes, deflagrada para desarticular o envolvimento de PMs com narcotraficantes ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) a maioria da zona leste da capital e inimigos de Gritzbach.
Tarcísio comemorou o fato de ter sido uma operação da própria Polícia Militar que prendeu os militares suspeitos, dizendo que "a PM está punindo a PM", em declaração enviada ao jornal Folha de S.Paulo.
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