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Lula ignora posse de Trump e promove reunião ministerial na segunda

O presidente Lula em reunião ministerial no Palácio do Planalto em 2024 Imagem: EVARISTO SÁ / AFP

Do UOL, em Brasília

19/01/2025 12h00

O presidente Lula (PT) não vai à posse de Donald Trump, nos Estados Unidos, nesta segunda (20). Em vez disso, promoverá a primeira reunião ministerial de 2025.

O que aconteceu

Lula já havia decidido não ir à posse de Trump. Segundo pessoas próximas, ele nunca cogitou acompanhar o evento, tanto pela proximidade do republicano com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como pelas posições políticas de Trump.

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O protocolo dos EUA não é chamar os chefes de Estado. O presidente brasileiro também não foi convidado para a posse de Barack Obama em 2009. Mesmo com agenda alinhada a de Lula, Obama convidou apenas embaixadores. Apesar disso, Trump convidou líderes da extrema direita, como Javier Milei, da Argentina.

Lula também não tem viajado tanto. Neste mandato, Lula só foi à de Claudia Sheinbaum, no México, em outubro, e à de Santiago Peña, no Paraguai, em agosto. Nesta segunda, ele será representado pela embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti.

Bolsonaro pretendia ir, mas não teve o passaporte liberado pelo ministro Alexandre Moraes, do STF. Convidado pelo próprio Trump, segundo ele, o ex-presidente enviará a esposa, Michelle, em seu lugar.

Reunião de reorganização

Lula promoverá o primeiro encontro ministerial do ano na Granja do Torto. Com o retorno de todos os ministros das férias, será também a primeira reunião de Sidônio Palmeira como ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social) no lugar de Paulo Pimenta.

Sidônio deverá ter um papel relevante no encontro. Geralmente, as reuniões de começo de ano servem para que cada um apresente o que tem feito e mostre o que está programado para o ano vigente. Desta vez, espera-se uma reunião de reposicionamento.

Insatisfeito com os rumos da imagem do governo e logo após sair da pior crise em dois anos, Lula deverá promover uma fala de reorganização. Não só com expectativa de uma reforma na Esplanada (o que torna a última reunião de alguns presentes), ele quer também mudança na atitude de quem fica.

Lula já entendeu, e quer reforçar a seus ministros, que há um problema em como o governo tem sido visto. Como pontapé, colocou Sidônio para articular uma coordenação com todas as pastas. O novo ministro tem carta branca do presidente para dar broncas, reclamar e pedir alterações de estratégias de outros ministérios, o que já começou a acontecer.

O presidente também cobrará mais entregas concretas, que impactem no cotidiano população de forma imediata. Se ele diz que os feitos não chegam aos cidadãos, quer cobrar que estas conquistas existam. Como o UOL mostrou, ele alçava 2024 como o "ano da colheita", mas, sem ter tanto a entregar, postergou esta alcunha para 2025 —agora, não tem mais desculpa.

No Planalto, já se fala que a campanha de 2026 começou. Com o susto na crise do Pix, espera-se que o presidente cobre ainda mais resultado de seus ministros ao mesmo tempo em que dialoga com partidos da base, como MDB e PSD, e faz possíveis rearranjos na Esplanada, visando não só mais tranquilidade no Congresso como fechar alianças para as próximas eleições.

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