Pontes sobre Bolsonaro: amigo não concorda com tudo, senão seria puxa-saco
Após troca de farpas, o senador Marcos Pontes confirmou a manutenção de sua candidatura à presidência do Senado e negou que esteja chateado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante entrevista ao UOL News, do Canal UOL, nesta quarta-feira (22).
Eu sou amigo do Bolsonaro há muito tempo, e amigo é assim mesmo: às vezes concorda, às vezes não. Faz parte. Aquela manifestação dele também foi num dia em que ele estava chateado porque gostaria de estar na posse do Trump. Mas não tem problema, a gente segue.
Essa minha candidatura é uma candidatura independente do partido, o que deixa o partido numa situação muito tranquila de fazer os acordos que quiser, seja com Davi Alcolumbre ou qualquer outro candidato que desejarem. Mas eu continuo [nessa campanha]. Senador Marcos Pontes
A disputa entre os dois teria ocorrido após o senador rebater o ex-presidente, seu antigo aliado, e reiterar a sua pré-candidatura à presidência do Senado. Sem citar o nome de Bolsonaro, o político paulista afirmou no X (antigo Twitter) que "a arrogância pode fechar portas".
O ex-presidente apoia o nome de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para a sucessão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se queixou publicamente da "disciplina" de seu ex-ministro da Ciência e Tecnologia e falou em "honrar a palavra dada".
Ao Canal UOL, Pontes afirmou que não houve traição e que conversou com a cúpula do partido antes de anunciar a sua candidatura.
Isso é democracia, nem todo mundo vai votar no Alcolumbre, a gente precisa ter opções, e a democracia é feita justamente disso, de opiniões diferentes. Ele [Bolsonaro] acredita numa coisa, eu acredito em outra. Eu conversei com ele e com o Valdemar [presidente do PL] antes de apresentar a minha candidatura, falei que ia ser independente.
Ou seja, qualquer acordo podia estar mantido para não prejudicar ninguém. Mas é importante ter essa possibilidade e votar em outros [candidatos]. Então, nós temos vários senadores que realmente têm a mesma ideia que eu, ou seja, que votam pela mesma direção [a direita].
Mas eu sou um senador, e tenho as minhas responsabilidades. E como eu falei, amigo não é aquele que concorda com tudo que você fala, senão não é amigo, seria puxa-saco. Senador Marcos Pontes
Reverendo: 'Bispa teve fala potente, e Trump tentou desqualificá-la'
No UOL News, o reverendo Arthur Cavalcante, deão da Catedral Anglicana de São Paulo, disse que a bispa Mariann Edgar Budde teve fala potente ao pedir misericórdia para minorias, e o presidente Donald Trump tentou desqualificá-la. O religioso pertence à mesma denominação da bispa.
A bispa estava na sua na sua prerrogativa de emitir a declaração, feita também diante de outros líderes religiosos não só da Igreja Episcopal, mas também de pessoas judias, muçulmanas, budistas, pentecostais, batistas, católicos.
A reação do Trump foi realmente uma reação de quem não suportou uma crítica, aliás, uma crítica elegante, uma fala sem afetação nenhuma, ao ser direcionada diretamente ao líder da nação, que se compromete com a Constituição, se compromete com valores daquele país, valores democráticos.
Então, quando Trump traz essa fala, desqualifica a posição dela como mulher, como líder religiosa do seu próprio país. É uma fala que tira o foco. A essência dessa fala em relação às medidas que são tomadas em relação aos migrantes e LGBTs para dizer que é uma fala de uma esquerdista, uma fala que ele não consegue qualificá-la, colocá-la num compartimento e ali isolá-la. Isso é triste. Reverendo Arthur Cavalcante, deão da Catedral Anglicana de São Paulo
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