Josias: Zema tenta se mostrar útil ao bolsonarismo ao rebater Lula
O governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) afaga o bolsonarismo ao rebater as críticas feitas pelo presidente Lula (PT) sobre a renegociação das dívidas dos estados com a União, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News desta quinta (23).
Lula disse que "só Jesus Cristo" faria o que ele fez para os estados em dívida com o governo federal. Em suas redes sociais, Zema retrucou e afirmou que "Jesus Cristo perdoaria todas as dívidas e jamais cobraria juros abusivos de quem ajuda a construir o Brasil".
Fica claro que Lula falava sério quando disse na reunião ministerial da última segunda que 2026 já começou. Quem quiser entender por que Lula desperdiça tempo e munição com o governador mineiro Romeu Zema, que é uma carta fora do baralho bolsonarista, precisa atrasar o relógio até outubro de 2022.
No primeiro turno da disputa presidencial, beneficiado por um fenômeno batizado de 'LuZema', Lula fez dobradinha com Zema na maioria das cidades de Minas Gerais. Embora Zema estivesse apoiando Bolsonaro, Lula e ele venceram juntos em 66% dos municípios mineiros no 1º turno. Esse percentual caiu para 56% no 2º turno. No estado, Lula venceu Bolsonaro por um triz: 50,2% a 49,8%. Por isso ele está fazendo um aceno para o eleitorado e diz que ajudou Minas Gerais.
Ao reclamar dos vetos pontuais que Lula aplicou na lei sobre a renegociação das dívidas estaduais, Zema cuspiu em um prato que ele teve que mendigar para comer. Ao criar uma briga com o governo Lula, ele tenta se mostrar útil ao bolsonarismo e está esmolando uma posição de vice na chapa presidencial que todos têm a expectativa que se formará nesse bloco mais conservador em 2026. Josias de Souza, colunista do UOL
Para Josias, Lula usa a briga política com Zema para recuperar o terreno perdido entre os eleitores de Minas Gerais e ganhar força no estado já de olho em 2026.
Lula sabe que, em política, a gratidão é o sentimento que envelhece mais rapidamente. Chamou Zema de 'ingrato', mas dirigiu um aceno ao eleitorado de Minas Gerais. Em situação mais precária do que a do Lula no estado, Zema demora a se dar conta de que ganhou a aparência de uma escada usada pelo presidente para se exibir como benfeitor do segundo maior colégio eleitoral do país.
Lula está ultrapassando os limites do palácio que sedia o governo de Minas Gerais e está acenando para além do Zema. Se Lula chama o governador de 'ingrato', quer deixar muito bem demarcado o território de Minas Gerais para mostrar que ele renegociou a dívida do estado e tenta fazer o que Zema não conseguiu em dois mandatos. Josias de Souza, colunista do UOL
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