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MP-SP abre apuração sobre empresa de família de Nunes após matéria do UOL

MP-SP vai apurar possíveis irregularidades em contratos de empresa fundada pelo prefeito Ricardo Nunes (foto) com o governo estadual Imagem: EDI SOUSA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

24/01/2025 16h31Atualizada em 24/01/2025 16h32

O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) abriu nesta sexta-feira (24) um procedimento para avaliar possíveis irregularidades em contratos da empresa da família do prefeito Ricardo Nunes (MDB) com o governo do Estado. O UOL revelou que o valor recebido pela Nikkey cresceu quase seis vezes nos últimos dois anos.

O que aconteceu

Procedimento foi aberto a partir de notícia-crime apresentada pelo PSOL com base em reportagem do UOL. Assinada por três parlamentares do PSOL (a deputada federal Luciene Cavalcante, o deputado estadual Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi), a notícia-crime cita matéria que revelou os valores de contratos da Nikkey Controle de Pragas e Serviços Técnicos com o governo estadual.

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MP-SP instaurou notícia de fato para apurar o caso. Este é um procedimento anterior ao inquérito. A partir dele, o órgão vai avaliar se o caso apresentado tem potencial de gerar uma investigação mais aprofundada, ação judicial ou outras medidas. Ao apresentar a notícia-crime, os parlamentares pediram que sejam tomadas "medidas cabíveis em relação à contratação suspeita" da Nikkey pelo governo estadual.

Empresa tem familiares do prefeito como sócios. Entre 2023 e 2024, a Nikkey recebeu R$ 5,73 milhões do governo estadual, um valor quase seis vezes superior aos R$ 959,4 mil recebidos entre 2021 e 2022, segundo apurou o UOL.

Aumento coincide com início da gestão Nunes. O prefeito assumiu o posto em maio de 2021 e foi reeleito no ano passado. Antes de 2021, os pagamentos anuais à empresa não ultrapassaram R$ 35 mil.

Nunes é fundador. A Nikkey foi fundada pelo próprio Ricardo Nunes e atualmente é administrada por seu filho, Ricardo Luís Reis Nunes Filho, e sua nora, Amanda Karoline Zillig Nunes.

Em nota, o governo estadual informou que as contratações seguiram "todas as exigências legais". A gestão afirmou, na ocasião em que a reportagem foi publicada, que a Nikkey apresentou o menor preço e cumpriu "rigorosamente os requisitos técnicos e de habilitação exigidos no edital" nas licitações vencidas.

Nunes classificou como "irresponsável" o que chamou de "ilação" sobre irregularidades ou privilégios à empresa nas licitações do governo. Procurado pelo UOL antes da publicação da reportagem sobre os contratos, o prefeito argumentou que não há impedimento para que a empresa participe de licitações públicas. Ele também disse, à época, não receber "nenhum dividendo atualmente" da Nikkey´.

Parlamentares do PSOL também pediram investigação dos contratos ao MPC-SP (Ministério Público de Contas de São Paulo). O pedido é assinado pela deputada federal Sâmia Bomfim, pela deputada estadual Monica Seixas e pela vereadora Luana Alves.

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