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Após cortes dos EUA, ministro diz que fará 'o possível' por venezuelanos

O ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça - Lucio Tavora/Folhapress O ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça - Lucio Tavora/Folhapress
O ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça Imagem: Lucio Tavora/Folhapress

Do UOL, em Brasília

29/01/2025 16h51Atualizada em 29/01/2025 17h14

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quarta (29) que o governo brasileiro vai fazer "o possível" para buscar recursos para receber os imigrantes venezuelanos na fronteira com Roraima. O governo de Donald Trump, nos EUA, cortou as verbas para a Organização Internacional para as Migrações, que auxilia a Operação Acolhida, no Brasil.

O que aconteceu

O ministro falou em "baque". Em evento após a apresentação do balanço de ações da Polícia Federal em 2024, ele disse que o governo cogitou suspender a Operação Acolhida após o "baque" do corte de recursos. Mas afirmou que depois decidiram que vão manter a ajuda. Ele não soube informar ainda de onde virá o dinheiro e reconheceu que os recursos são "escassos".

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Cerca de 500 migrantes venezuelanos chegam diariamente por Roraima. Os dados compreendem aqueles que entram legalmente no país e são recebidos pelas autoridades brasileiras por meio da Operação Acolhida.

Lewandowski disse esperar que a suspensão do repasse dos EUA seja temporária. Ele citou notícias apontando que os cortes de gastos do novo governo seriam para uma avaliação de prioridades e que muitos deles serão temporários.

Houve um primeiro momento em que nós pensamos em suspender as operações [de acolhida dos imigrantes venezuelanos], mas nós vamos buscar recursos. Não temos ainda os recursos definidos e nem o pessoal necessário. Todos os ministérios envolvidos, sobretudo o Ministério da Defesa e o Exército, e nós mesmos, vamos fazer o possível para que possamos receber os venezuelanos continuamente, como o Brasil faz com todos aqueles que vêm procurar uma vida melhor em nosso país.
Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, à imprensa

Combate ao crime

A PF ressaltou o prejuízo ao crime organizado. O diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues, afirmou que as operações e investigações da PF levaram a um prejuízo de R$ 5,6 bilhões para o crime organizado. O valor considera as apreensões de bens e dinheiro em espécie, além do bloqueio de valores em contas bancárias, decorrentes de operações policiais realizadas no ano passado.

O montante é 70% maior do que o registrado em 2023. Naquele ano, a PF causou prejuízo de R$ 3,3 bilhões ao crime organizado. Ainda segundo Rodrigues, todos os indicadores de apreensões de drogas em 2024 aumentaram em comparação com o ano anterior.

A corporação instaurou 130 inquéritos para investigar queimadas no ano passado. Os números sobre indiciamentos e pessoas presas nestes casos, porém, não foram divulgados. Ele afirmou que eles já estão planejando ações para, a partir de abril, iniciar ações em conjunto com os estados e outros órgãos para prevenir a proliferação de queimadas criminosas como ocorreu em 2024.

Em um contexto no qual ainda muitos flertam com o autoritarismo, a Polícia Federal tem sido uma das principais responsáveis pela preservação do nosso Estado Democrático de Direito, agindo com imparcialidade e estrito respeito à Constituição.
Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, em evento para apresentar o balanço de ações da PF em 2024


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