Em 1ª reunião, Câmara de SP discute fim de votação remota e abertura de CPI

O fim da participação remota dos vereadores em sessões e como deve se dar a abertura de CPIs foram assuntos da 1ª reunião de 2025 na Câmara Municipal de São Paulo, realizada nesta terça-feira (4).

O que aconteceu

Fim da participação remota de vereadores em sessões foi um dos temas em discussão. Criada durante a pandemia, a possibilidade dos membros da Casa participarem de debates e votações online pode ser extinta, caso haja consenso nesse sentido — o que ainda não aconteceu.

Presidente fala sobre CPIs. No encontro, Ricardo Teixeira (União), presidente da Câmara Municipal de São Paulo, confirmou a intenção de instaurar uma CPI proposta por um membro da base aliada e outra proposta por um representante da oposição.

Presidente da Câmara propõe novo formato para discussão de pautas. Ricardo Teixeira (União) informou que está em conversas para criar uma rotina de cafés da manhã às terças-feiras, nos quais os vereadores possam debater os temas a serem tocados durante a semana. "1h só de colégio de líderes é muito pouco", disse.

Reunião teve audiência acima da média. Cerca de 30 vereadores compareceram e alguns, como Eliseu Gabriel (PSB) e Toninho Vespoli (PSOL), tiveram de ficar em pé ao chegarem. Além disso, o encontro no oitavo andar da Câmara contou com a presença de assessores e outras pessoas, lotando a Sala Tiradentes.

Reunião foi a primeira presidida por Ricardo Teixeira (União). Eleito presidente da Câmara em 1º de janeiro, o vereador precisava do apoio de 28 colegas para conquistar o cargo — mas recebeu 49 dos 55 votos possíveis. Celso Giannazi (PSOL), que concorria contra Teixeira, recebeu seis votos.

Nunes tem maioria, mas deve enfrentar dificuldades

Os vereadores da base ainda são maioria, mas parte deles se diz independente. Embora a situação seja formada oficialmente por 38 dos 55 vereadores, 15 deles já sinalizaram que não estarão 100% alinhados com o prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Vereador mais votado é um dos independentes. Lucas Pavanato (PL) reforçou ao prefeito sua posição no último dia 10 ao ser chamado para tratar de indicação para subprefeitura. "Como base, eu teria de abrir mão do direito de fiscalizar de forma mais incisiva, que é algo que eu pretendo fazer", disse.

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Número de vereadores de oposição representa outro desafio para o prefeito. Para Luna Zarattini (PT), o fato de o grupo contar com 18 representantes "abre espaço para uma atuação mais forte", já que com 19 votos é possível barrar a aprovação de determinados projetos na Câmara.

Projetos de lei precisam do apoio de 28 vereadores para serem aprovados. Já mudanças na lei orgânica exigem o aval de 37 vereadores. Nessas votações, Nunes deve ter mais dificuldade. Nos últimos anos, o emedebista teve até o apoio do PT em determinadas pautas, como na votação da lei de zoneamento.

Vereadores avaliam que mudança na Câmara foi "muito grande". A renovação de 20 das 55 cadeiras trouxe membros com postura "diferente" da usual, como ficou claro na eleição da mesa diretora no último dia 1º — quando parte dos independentes não seguiu o acordo de votar no PT para 1ª secretaria da Casa.

Clima na 1ª sessão do ano

A vereadora Sonaira Fernandes (PL) usou uma bolsa de compras para criticar a inflação dos alimentos no Brasil na primeira sessão da Câmara Municipal de São Paulo em 2025. Vereadora usou café, azeite e outros itens para criticar altos preços. Próxima da família Bolsonaro, Sonaira diz que a culpa é do governo do PT.

Declaração foi criticada por membros da base aliada, da qual Sonaira (em tese) faz parte. "Não podemos ter falas de liderança que nada tem a ver com assuntos de liderança", afirmou Carlos Bezerra Jr (PSD).

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