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Josias: Lula fez bem ao mudar rota sobre Trump; silêncio seria inaceitável

O presidente Lula (PT) agiu de forma correta ao reagir às declarações de Donald Trump sobre os Estados Unidos assumirem o controle da Faixa de Gaza, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News desta quarta (5).

Lula disse que Trump "vive de bravatas" e que a fala dele "é incompreensível para qualquer ser humano".o presidente norte-americano declarou que seu governo assumirá o comando da Faixa de Gaza, em "uma posição de propriedade de longo prazo", e que os palestinos devem se deslocar para outros países.

Lula vinha se esforçando muito para evitar o antitrumpismo primário, mas foi compelido a alterar essa estratégia.

Se Lula ficasse em silêncio depois que Trump ameaçou se apropriar da Faixa de Gaza, expulsando os palestinos da região, ele seria cúmplice do pró-trumpismo inocente que é cultivado por Bolsonaro e seus devotos, que aceitam todas as presunções do Trump a seu próprio respeito. Isso inclui concordar com a tese segundo a qual essa 'divindade laranja' retornou à Casa Branca porque tem uma inspiração divina e, portanto, indiscutível.

Historicamente, a diplomacia brasileira sempre defendeu a fórmula dos dois Estados como a saída para a pacificação do Oriente Médio. Não faria sentido o presidente silenciar diante de uma atrocidade verbal que foi cometida pelo Trump ao insinuar, após receber [Benjamin] Netanyahu [primeiro-ministro de Israel] na Casa Branca, que os EUA vão tomar na mão grande a Faixa de Gaza e erguer sobre os escombros o que ele chamou de uma 'Riviera do Oriente Médio'. Josias de Souza, colunista do UOL

Josias considerou adequada a resposta de Lula às declarações de Trump e ressaltou que o silêncio do petista seria uma atitude inaceitável diante da gravidade da questão.

Isso não faz nexo, não é razoável e, portanto, não é aceitável. Após patrocinar as armas e os petardos lançados sobre a Faixa de Gaza, não faria sentido que os EUA se tornassem donos da região e que fizessem dela o que bem entendessem. Já ficou muito claro, a partir da reação dos países vizinhos, que eles não estão dispostos a receber os palestinos que Trump imagina expulsar.

Essa declaração de Trump é tão grave e inaceitável que o presidente brasileiro pudesse silenciar diante dela. Lula fez bem em modificar sua estratégia e alterar a forma como pretendia lidar com Trump. Era intenção do Lula aguardar e se preparar para o que está por vir para o Brasil, mas ninguém sabe ao certo o que Trump pretende para a relação comercial com o país.

Lula vinha sendo muito cauteloso em relação ao seu comportamento com Trump. Agora precisava de fato de uma alteração de rumo e fez bem. Utilizou palavras que combinam com o personagem, definindo-o como um político 'que vive de bravata'.

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Não seria aceitável que o presidente do Brasil, cuja diplomacia e comprometida com a paz, com os valores civilizatórios da humanidade e com a fórmula dos dois Estados, ficasse em silêncio diante dos absurdos pronunciados por Trump. Josias de Souza, colunista do UOL

Trump brinca com segurança do mundo, diz embaixador da Palestina

Donald Trump está brincando com a segurança mundial ao declarar que os Estados Unidos assumirão o controle da Faixa de Gaza e expulsarão os palestinos, afirmou Ibrahim Alzeben, embaixador da Palestina no Brasil.

O mundo está consternado com o que parece ser uma brincadeira do presidente dos EUA. Gaza e a Palestina pertencem aos palestinos.

O presidente de uma superpotência está brincando com a segurança do mundo. Nós não vamos abrir mão dos nossos direitos, independentemente das declarações dele. É sábio retratar e, como superpotência, tem que defender a paz e não promover guerras, como as que se mantêm na área.

Ainda acredito no direito internacional. O mundo pagou duas guerras mundiais e um alto preço como humanidade e nós pagamos um alto preço como povo palestino. É hora de querer fazer valer realmente o direito internacional, e não o direito de uso da força. Ibrahim Alzeben, embaixador da Palestina no Brasil

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