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Josias: Diplomacia brasileira sugere canal de negociação com Trump

A diplomacia brasileira estuda a abertura de um canal de negociação com o governo de Donald Trump após o presidente dos EUA anunciar taxas de importação de 25% sobre o aço e o alumínio, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News desta terça (11).

A taxa extra imposta por Trump pressionará o setor siderúrgico brasileiro, que precisa encontrar maneiras para negociar o aço excedente com outros países do mundo. Há o risco de reduzir a produção e haver corte de empregos, além de uma possível desvalorização do real frente ao dólar.

A diplomacia brasileira está pisando em falso, analisando o terreno e sugerindo que seja aberta imediatamente uma negociação com os Estados Unidos, que é o melhor caminho.

Hoje, a diplomacia brasileira, que é tarimbada nessa matéria, precisa abrir um canal de negociação com o governo Trump. Esse parece ser o objetivo. Josias de Souza, colunista do UOL

Para Josias, ainda é cedo para se falar em um cenário catastrófico para o Brasil. O colunista relembrou que em 2018, no primeiro mandato de Trump, também houve um aumento tarifário para o aço brasileiro, mas ao longo do ano o governo norte-americano recuou da decisão.

É preciso aguardar para ver até que ponto essas medidas adotadas pelo Trump, mais draconianas do que ele havia implementado em 2018, ficarão em pé. O mercado americano precisa de aço e o Brasil responde por 15% desse suprimento. Não dá para analisar o que está acontecendo agora sem atrasar um pouco o relógio. A análise do que se passou lá atrás recomenda uma certa prudência em relação ao que se passa agora.

Em 2018, Trump também impôs tarifas de 25% sobre o aço; o alumínio foi com uma tarifa menor, de 10%. Duas semanas depois, ele informou à União Europeia e a seis países, entre eles o Brasil, que as tarifas seriam suspensas até que fossem concluídas as negociações abertas naquela ocasião. Dali a alguns meses, Trump substituiu as tarifas por cotas. Antes do fim do ano, nem cota havia mais.

Na prática, em 2018 não houve um grande prejuízo. Houve uma redução inicial de quase 6% na exportação de aço do Brasil, mas as coisas se equilibraram mais para o final do ano. É preciso aguardar para ver o que Trump fará. O mercado interno precisa desse aço e o Brasil é o segundo maior fornecedor do produto para os EUA.

Não dá para simplesmente passar o ferrolho na balança comercial. Isso tem um efeito inflacionário. É preciso lembrar que Trump se elegeu prometendo acabar com a inflação. Daí a necessidade de analisarmos com uma certa prudência esse catastrofismo para o Brasil. Josias de Souza, colunista do UOL

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Mônica Bergamo: Brasil não quer ser visto como polo anti-Trump

O governo Lula se preocupa em evitar uma imagem de enfrentamento a Donald Trump, por isso age com cautela para responder sobre a decisão do presidente dos EUA em taxar aço e alumínio de todos os países em 25%, disse a colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo.

O governo, pelo menos os assessores principais de Lula, está empenhado para o Brasil não chamar a atenção e ser visto como um polo anti-Trump.

A ideia era deixar Trump falar sozinho, apesar de Lula ter feito algumas declarações, como a respeito de Gaza. Ele disse que faria algumas retaliações, mas a ideia é não esticar a corda. Por isso, até agora não houve resposta para uma afirmação do Trump feita há dias. Mônica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo

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