Secretaria nega transferência de hacker de Araraquara de prisão

A SAP-SP (Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo) se manifestou contra a transferência de prisão de Walter Delgatti Neto.

O que aconteceu

À secretaria, Delgatti teria afirmado que não está se sentindo seguro onde está atualmente. A pasta respondeu ao pedido de informação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

A questão é respondida por ele próprio, em Termo de Declarações, onde ele declara, taxativamente, 'não se sentir seguro no local onde está atualmente', bem como afirma não ser necessário seu isolamento como medida protetiva de seguro pessoal.
Secretaria de Administração Penitenciária, em manifestação ao STF

Defesa de hacker falou em risco. Em pedido encaminhado no dia 8 de janeiro ao STF, os advogados de Delgatti disseram que ele é "alvo fácil" na prisão. "A polarização política que temos enfrentado atualmente, enraizada em todos os setores do convívio social, até mesmo núcleos familiares, coloca o Hacker de Araraquara, como ficou conhecido, como alvo fácil dentro da prisão, tendo recebido sérias e frequentes ameaças no período em que está recolhido, na cidade de Araraquara".

Secretaria afirma também que ele não tem perfil que necessite transferência. Por não ter atuado na administração da justiça criminal, não exercer função relativa à segurança pública e não ter praticado crime de natureza que enseja repúdio público generalizado, Delgatti não preenche o perfil para ser transferido para a Penitenciária II, de Tremembé, segundo a secretaria.

O perfil dessa Unidade Prisional, além de considerar aqueles que exerceram função relacionada à atividade policial ou da administração da justiça, prioriza a natureza do crime, como homicídios, crimes contra crianças, crimes de grande repercussão e violência, que causem repúdio generalizado e que impliquem em risco à integridade física do preso, em caso de convívio com a população carcerária comum.
Secretaria de Administração Penitenciária, em manifestação ao STF

PGR pediu condenação de hacker e Zambelli

No começo deste mês, a PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu a condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e de Delgatti. O pedido é por suspeita de invasão aos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Segundo a PGR, a deputada usou os serviços do hacker para "gerar ambiente de desmoralização da Justiça brasileira" entre o final de 2022 e o começo de 2023, logo após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições.

A Procuradoria-Geral da República requer a condenação de Carla Zambelli Salgado de Oliveira e Walter Delgatti Neto pela prática das condutas penais de invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica, com incidência da causa de aumento de pena.
Pedido da PGR

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No total, segundo a PGR, Delgatti fez dez invasões a sistemas do Judiciário. Além de criar mandados falsos de prisão, bloqueio de bens e quebra de sigilo contra o ministro Alexandre de Moraes, o hacker produziu falsos alvarás de soltura em favor de pessoas presas, inclusive um líder do CV (Comando Vermelho) condenado a mais de 200 anos de prisão.

A defesa de Zambelli negou os crimes. Em nota à imprensa no ano passado, os advogados da parlamentar afirmaram que a investigação não reuniu elementos que comprovem a culpa dela.

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