Ao lado de Lula, Marina evita polêmica sobre petróleo e pede energia limpa

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, evitou em discurso hoje (14), ao lado do presidente Lula (PT), comentar a polêmica sobre a exploração de petróleo na foz do Amazonas, mas defendeu o uso de uma matriz energética limpa no país.

O que aconteceu

Lula disse hoje que Marina "jamais será contra" exploração de petróleo porque "é uma pessoa muito inteligente". A declaração ocorreu em entrevista à rádio Clube do Pará. Para Lula, a ministra se opõe ao método, não à exploração em si. "Não é 'não quero', é como fazer para não ser predatório com a nossa querida Amazônia. "Nesta semana, o presidente também criticou o "lenga-lenga" do Ibama para liberar pesquisas para explorar o combustível fóssil na região.

Ele afirmou ainda que, caso o local abrigue a reserva de petróleo esperada, o país "não pode prescindir dessa riqueza". "É com esse dinheiro que a gente vai fazer a transição energética, que a gente vai ter dinheiro para cuidar da nossa floresta, de manter a nossa floresta em pé", justificou.

Marina evitou, no entanto, mencionar a polêmica sobre a exploração de petróleo na foz do Amazonas. Em vez disso, defendeu o fim do uso de combustíveis fósseis no Brasil. Segundo a ministra, o país tem condições de ser "endereço dos melhores investimentos" de nações desenvolvidas em matrizes energéticas renováveis porque tem "energia limpa".

[O Brasil] Tem energia limpa e tem o ar, investindo e continuando na descarbonização da matriz energética, inclusive com hidrogênio verde. Não apenas para que a gente possa exportar, mas usar essa energia limpa para transformar a nossa matéria-prima em riqueza, em produtos, materiais, tudo aquilo que é possível
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente

A ministra lembrou que o Brasil e mais 117 países se comprometeram na COP-28 a triplicar a capacidade de energia renovável até 2030. "Fazer a transição para o fim do uso de combustível fóssil, países produtores, países consumidores, países ricos à frente, países em desenvolvimento em seguida e, ao mesmo tempo, sermos capazes de fazer uma transição justa, sobretudo para os mais vulneráveis", afirmou, durante evento em Belém para anunciar investimentos do governo federal para a COP-30, conferência do clima que acontecerá na capital paraense este ano.

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