Bolsonaro aprovou plano de assassinato de Lula e Moraes, diz PGR
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) "anuiu" (dar anuência, ou aprovar) ao plano de assassinato de Lula e do ministro do STF Alexandre de Moraes, segundo a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) apresentada nesta terça-feira (18) ao Supremo.
O que aconteceu
O plano foi arquitetado e levado ao conhecimento de Bolsonaro, segundo a PGR. A denúncia afirma que a ação ocorreu "ao tempo em que era divulgado relatório em que o Ministério da Defesa se via na contingência de reconhecer a inexistência de detecção de fraude nas eleições".
Investigações revelaram "aterradora operação de execução do golpe". A PGR descreve que o plano admitia "até mesmo a morte do Presidente da República e do Vice-Presidente da República eleitos, bem como a de Ministro do Supremo Tribunal Federal". O plano recebeu o nome de Punhal verde e amarelo.
O plano foi arquitetado e levado ao conhecimento do Presidente da República, que a ele anuiu, ao tempo em que era divulgado relatório em que o Ministério da Defesa se via na contingência de reconhecer a inexistência de detecção de fraude nas eleições.
Trecho do relatório da PGR
PGR cita outros planos apresentados já no indiciamento da PF. Um deles, como o UOL noticiou, dizia que uma das etapas era "Lula não sobe a rampa". O objetivo do grupo era criar comoção social "capaz de arrastar o Alto Comando do Exército à aventura do golpe", segundo a Procuradoria da República.
"Última esperança" de golpe eram os atos antidemocráticos de 8 de Janeiro. "O episódio foi fomentado e facilitado pela organização denunciada, que assim, por mais essa causa, deve ser responsabilizada por promover atos atentatórios à ordem democrática, com vistas a romper a ordem constitucional, impedir o funcionamento dos Poderes, em rebeldia contra o Estado de Direito Democrático", diz a PGR.
A denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, inclui também outras 33 pessoas. Entre elas, o candidato a vice em 2022, o general Braga Netto, e os ex-ministros Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Anderson Torres (Justiça) e Augusto Heleno (GSI).
PGR diz que Bolsonaro é líder de organização criminosa
A denúncia criminal contra o ex-presidente afirma que ele deu "auxílio moral e material" aos atos antidemocráticos. A PGR cita conversas dos denunciados antes do 8 de Janeiro. Em uma delas, no dia 4, Mauro Cid comentou com a mulher: "Se o EB [Exército Brasileiro] sair dos quartéis... é para aderir".
É a primeira denúncia contra um ex-presidente da República por tentativa de atacar o Estado democrático de Direito. A acusação inédita teve como base o inquérito que investigou o ex-presidente e seus principais auxiliares, como os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, ambos generais da reserva do Exército.
Os denunciados programaram essa ação social violenta com o objetivo de forçar a intervenção das Forças Armadas e justificar um Estado de Exceção. A ação planejada resultou na destruição, inutilização e deterioração de patrimônio da União, incluindo bens tombados.
Trecho de denúncia da PGR
Em nota, defesa de Bolsonaro chama denúncia de inepta e diz que recebeu notícia com indignação. "A inepta denúncia chega ao cúmulo de lhe atribuir participação em planos contraditórios entre si e baseada numa única delação premiada, diversas vezes alteradas, por um delator que questiona a sua própria voluntariedade", diz o texto.
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