'Denúncia vazia', diz Flávio após Bolsonaro ser denunciado pela PGR

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), saiu em defesa do pai e disse que a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) é vazia.

O que aconteceu

"A tentativa de golpe nos prédios públicos vazios virou uma denúncia vazia, que não tem absolutamente nenhuma prova contra Bolsonaro", disse Flávio, em publicação no X. Segundo ele, mesmo com a denúncia, eles não irão desistir do Brasil.

Mesmo depois de Alexandre de Moraes ter esculachado o Ministério Público Federal na fabricação dos inquéritos e torturado Mauro Cid para 'delatar' o que não existiu, o PGR se rebaixa. Cumpre sua missão inconstitucional e imoral de atender ao fígado de Alexandre de Moraes e ao interesse nefasto de Lula, que está nos seus últimos meses de presidência. Hoje tem comemoração dos destruidores da democracia em Brasília.
Trecho da publicação de Flávio

É a primeira denúncia contra um ex-presidente da República por tentativa de atacar o Estado democrático de Direito. A acusação, inédita, teve como base o inquérito que investigou o ex-presidente e seus principais auxiliares, como os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, ambos generais da reserva do Exército. Bolsonaro é acusado de liderar a organização criminosa para tentar se manter no poder, mesmo após a derrota nas eleições de 2022.

PGR apresentou ao todo 5 denúncias contra 34 investigados. Objetivo, segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi otimizar o andamento dos processos. Bolsonaro foi denunciado junto com os ex-ministros Braga Neto (Casa Civil), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Anderson Torres (Justiça) e Augusto Heleno (GSI). Além deles, também foram denunciados o ex-diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier.

Para a PGR, o ex-presidente liderava o núcleo "crucial" da trama golpista. A denúncia diz que a tentativa de golpe começou com discursos de Bolsonaro atacando o sistema eleitoral ainda em julho de 2021 e culminou com os atos golpistas de 8 de Janeiro. Gonet ainda afirma que a trama só não foi bem-sucedida devido à falta de apoio dos então comandantes do Exército e da Aeronáutica.

A responsabilidade pelos atos lesivos à ordem democrática recai sobre organização criminosa liderada por Jair Messias Bolsonaro, baseada em projeto autoritário de poder. Enraizada na própria estrutura do Estado e com forte influência de setores militares, a organização se desenvolveu em ordem hierárquica e com divisão das tarefas preponderantes entre seus integrantes.
Trecho da denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro e seus aliados

Em live, Paulo Figueiredo e Eduardo xingam procuradores

Eduardo Bolsonaro (PL) afirmou durante live que a denúncia é um "desespero" dos opositores de seu pai. "Denúncia de golpe de Estado da 'Disney'. Inacreditável", disse o deputado federal em seu Instagram. "Eles estão desesperados porque sabem que a gente vai voltar."

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Paulo Figueiredo estava em Miami quando soube que havia sido denunciado.Ele declarou que se sente honrado por integrar "um seleto grupo de 37 indiciados". Figueiredo é neto do ex-presidente João Figueiredo.

Durante a live, os dois ironizaram as investigações da PF (Polícia Federal) e a denúncia da PGR. "Não dá para levar muito a sério", disse Eduardo, que estava em Orlando no momento da transmissão e confessou não ter lido nada sobre a denúncia da PGR.

Figueiredo chamou os procuradores de "vagabundos" e "palhaços". "Cada um desses vagabundos da PGR ganha no mínimo '30 conto'. É 'marajá'", falou ele, que ainda chamou os procuradores de palhaços. "E estão aí fazendo essa palhaçada, para o espanto de todo mundo."

Tive todas as medidas cautelares aplicadas, sem nunca ser citado. Uma vez que eu saiba formalmente que estou sendo acusado de um crime, apresento a minha defesa.
Paulo Figueiredo, blogueiro e neto do ex-presidente João Figueiredo

Em nota, defesa de Bolsonaro chama denúncia de inepta e diz que recebeu notícia com indignação. "A inepta denúncia chega ao cúmulo de lhe atribuir participação em planos contraditórios entre si e baseada numa única delação premiada, diversas vezes alteradas, por um delator que questiona a sua própria voluntariedade", diz o texto.

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