MP-SP pede para Tarcísio e Nunes explicarem contratos após matéria do UOL

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O procurador-geral de Justiça do MP-SP (Ministério Público de São Paulo), Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, deu 15 dias para que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), expliquem o aumento de seis vezes no valor dos contratos entre o governo estadual e a Nikkey, empresa da família de Nunes.
O que aconteceu
Aumento nos valores foi revelado em reportagem publicada pelo UOL. Entre 2023 e 2024, a Nikkey Controle de Pragas e Serviços Técnicos recebeu R$ 5,73 milhões do governo estadual, um valor quase seis vezes superior aos R$ 959,4 mil recebidos entre 2021 e 2022.
Chefe do MP-SP pediu informações antes de decidir se vai abrir inquérito para investigar contratos. Paulo Sérgio de Oliveira e Costa determinou a abertura de uma notícia de fato, procedimento anterior ao inquérito, para avaliar se o caso apresentado tem potencial de gerar uma apuração mais aprofundada, ação judicial ou outras medidas.
Procedimento foi aberto a partir de notícia-crime apresentada pelo PSOL com base na reportagem do UOL. Assinada por três parlamentares do PSOL (a deputada federal Luciene Cavalcante, o deputado estadual Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi), a notícia-crime cita a matéria que revelou os valores de contratos da Nikkey com o governo estadual.
Empresa tem familiares do prefeito como sócios e Nunes como fundador. A Nikkey atualmente é administrada por seu filho, Ricardo Luís Reis Nunes Filho, e sua nora, Amanda Karoline Zillig Nunes.
Aumento nos contratos coincide com início da gestão Nunes. O prefeito assumiu o posto em maio de 2021 e foi reeleito no ano passado. Antes de 2021, os pagamentos anuais à empresa não ultrapassaram R$ 35 mil.
Na época da divulgação da reportagem, o governo estadual informou, em nota, que as contratações seguiram "todas as exigências legais". A gestão afirmou, na ocasião, que a Nikkey apresentou o menor preço e cumpriu "rigorosamente os requisitos técnicos e de habilitação exigidos no edital" nas licitações vencidas.
Nunes classificou como "irresponsável" o que chamou de "ilação" sobre irregularidades ou privilégios à empresa nas licitações do governo. Procurado pelo UOL antes da publicação da reportagem sobre os contratos, o prefeito argumentou que não havia impedimento para que a empresa participasse de licitações públicas. Ele também disse, à época, não receber "nenhum dividendo atualmente" da empresa.
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