Após denúncia, Bolsonaro diz que é perseguido: 'Fabricam acusações vagas'

Denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) nesta terça-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro alega que está sendo silenciado e perseguido. Bolsonaro e os filhos vêm criticando as provas reunidas pela PGR e a Polícia Federal.

O que aconteceu

Na rede social X, e sem apresentar provas, Bolsonaro acusou a PGR de "fabricar acusações falsas". Sem citar diretamente a denúncia do procurador-geral, Paulo Gonet, ele afirmou que o "mundo está atento ao que se passa no Brasil".

Alegando perseguição, o ex-presidente afirmou que o Brasil se tornou "autoritário". "Todo regime autoritário, em sua ânsia pelo poder, precisa fabricar inimigos internos para justificar perseguições, censuras e prisões arbitrárias", disse ele.

Bolsonaro se diz perseguido após denúncia da Procuradoria Geral da União
Bolsonaro se diz perseguido após denúncia da Procuradoria Geral da União Imagem: Reprodução/X

À tarde, a oposição bolsonarista fez um pronunciamento no Congresso em defesa do ex-presidente. Os parlamentares ecoaram as afirmações de que Bolsonaro é um perseguido político.

Líder da oposição na Câmara, o deputado Zucco (PL-RS) chamou a denúncia de "peça de ficção". Ele afirmou que a acusação está baseada em delações e presunções e sugeriu que Bolsonaro passará por um julgamento de cartas marcadas.

Bolsonaro será julgado por quem se vangloriou por ter tirado Bolsonaro do poder
Deputado Zucco (PL-RS)

A estratégia de defesa da direita passa por tirar a credibilidade do tenente-coronel Mauro Cid. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro fez uma série de revelações, como a de que o ex-presidente mandou espionar o ministro Alexandre de Moraes.

O senador Rogério Marinho (PL-RN) atacou Cid. Líder da oposição no Senado, ele disse que a delação teve idas e vindas e mudanças de versões.

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A própria imprensa publica uma declaração em que ele diz: é um jogo de cartas marcadas
Senador Rogério Marinho (PL-RN)

19.fev.2025 - Parlamentares levaram cartazes em defesa de Bolsonaro
19.fev.2025 - Parlamentares levaram cartazes em defesa de Bolsonaro Imagem: Felipe Pereira/UOL

Família Bolsonaro critica provas reunidas pela PGR e PF. Na terça-feira (18), após a denúncia ser divulgada, o deputado federal e filho do ex-presidente Eduardo Bolsonaro (PL) insinuou mais uma vez que a delação de Mauro Cid é invalida e que ele foi coagido e ameaçado, sem apresentar provas. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou ontem que a "denúncia é vazia".

UOL procurou a defesa de Bolsonaro para se manifestar sobre a delação de Cid. Se houver resposta, o texto será atualizado. Ontem (18), os advogados do ex-presidente afirmaram em nota que a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) é "precária e incoerente" e que não foram encontradas provas que o ligassem aos crimes mencionados na acusação.

É a primeira denúncia contra um ex-presidente da República por tentativa de atacar o Estado democrático de Direito. A acusação inédita teve como base o inquérito que investigou o ex-presidente e seus principais auxiliares, como os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, ambos generais da reserva do Exército. Bolsonaro é acusado de liderar a organização criminosa para tentar se manter no poder, mesmo após a derrota para Lula nas eleições de 2022.

Provas contra Bolsonaro foram encontradas também no celular e computador de Cid, que teve sigilo retirado na delação hoje. Na denúncia, o PGR cita, inclusive, um vídeo de uma reunião com militares onde se planejava uma ruptura com o Estado Democrático de Direito.

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Grupo que planejou golpe documentou estratégias. Durante as investigações, foram encontrados manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagem reveladores da marcha de ruptura da ordem democrática", escreveu Gonet na denúncia.

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