Boulos diz que vai mobilizar ato pela prisão de Bolsonaro e contra anistia

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) afirmou que está organizando uma manifestação pela prisão de Bolsonaro e contra o projeto de anistia aos envolvidos no 8/1 em entrevista ao UOL News nesta quarta-feira (19).

A extrema-direita fará um ato em 16 de março. Com certeza a pauta agora será sobre anistia, salvação e se dizendo perseguidos. Eu estou conversando com os movimentos sociais e com os partidos políticos de esquerda para que façamos uma grande mobilização, no próximo mês, pelo Brasil, pela prisão do Bolsonaro e sem anistia.

Também é preciso haver uma resposta da sociedade. O Congresso expressa isso. Para que possamos sepultar de uma vez por todas o projeto de anistia, precisamos ter essa resposta da sociedade. Trabalharei com outras lideranças para construir isso. Guilherme Boulos, deputado federal (PSOL-SP)

O parlamentar destacou que a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) tem o impacto de acabar com qualquer chance de livrar Jair Bolsonaro (PL) da prisão.

Na noite de terça (18), o ex-presidente e mais 33 pessoas foram denunciadas por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Bolsonaro é acusado de cinco crimes: organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

A força da denúncia do procurador-geral da República [Paulo Gonet] tende a sepultar as tentativas oportunistas de salvação do Bolsonaro.

Hoje, aqui na Câmara dos Deputados, há duas articulações para salvar Bolsonaro. Uma é a PEC da Anistia. Não sei se Hugo Motta [presidente da Câmara] terá conjuntura após a denúncia de instaurar a comissão da PEC. Vamos trabalhar para que não se instaure. Não faz sentido. A PEC quer anistiar os presos do 8/1, que eles vendem como se fosse um chá de senhoras, um piquenique no parque.

A outra é um projeto do Bibo Nunes [PL-RS]. Articulado com Bolsonaro, ele entrou com um projeto de lei para diminuir de oito para dois anos a inelegibilidade. A redução do prazo seria apenas para dois crimes, justamente aqueles pelos quais Bolsonaro foi condenado. É um projeto 'salva Bolsonaro', mudando a Lei da Ficha Limpa. Não acho que isso vai prosperar.

Essa disputa também tem que ser feita na sociedade. Vemos a narrativa dos bolsonaristas, que fizeram um plano para matar Lula, Geraldo Alckmin e o Xandão, com um bando de viúvas da ditadura acampados na porta de quartel, e agora vêm posar como vítimas e dizer que para pacificar o país tem que haver anistia? Guilherme Boulos, deputado federal (PSOL-SP)

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Maierovitch: Ideal é plenário do STF julgar Bolsonaro e Moraes deixar caso

Para assegurar uma decisão incontestável, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ser realizado no plenário do STF e com o afastamento do ministro Alexandre de Moraes do caso, afirmou o colunista e jurista Wálter Maierovitch.

Vamos partir do princípio. O Supremo nasceu constitucionalmente com onze julgadores. O volume de processos levou à adoção de um método de divisão do trabalho para que a Justiça não tardasse, que as decisões fossem mais rápidas e houvesse mais fluência. É o ideal? Evidentemente que não. Isso foi uma saída para melhorar a prestação jurisdicional.

Estamos diante de um caso grave, onde se tentou rasgar a Constituição, instalar de novo uma ditadura e o golpismo levou até o 8 de janeiro. O caso é grave e exige um tribunal nacional pleno. Se pensarmos em princípios constitucionais, com amplo debate e defesa, será que precisamos pensar que o ministro não gostará, que será contrariado e que demorará? Ora, Justiça não é isso.

O ideal é uma composição plena, até para os bolsonaristas não virem com a história de "ah, eu fui condenado pela Primeira Turma". Não; foi condenado ou absolvido pelo tribunal pleno. A história é assim. Wálter Maierovitch, colunista do UOL

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Tales: Aliados discutem se Bolsonaro deve se calar ou fugir após denúncia

Os apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) debatem se o ex-presidente deve permanecer em silêncio ou fugir após ser denunciado pela PGR, disse o colunista Tales Faria.

Para o eleitor do Bolsonaro, isso [a denúncia da PGR] não terá efeito algum. Para o resto da direita, sim. Esse é o problema.

O meio bolsonarista está dividido entre duas visões deste processo. Quem ganha mais ou quem ganha menos: o Bolsonaro 'vítima' ou o 'herói'? A vítima é o Bolsonaro preso; o herói, é ele fugindo para o exterior e de lá, na expressão deles, continuar 'lutando pelo Brasil'. Tales Faria, colunista do UOL

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