Tales: Aliados discutem se Bolsonaro deve se calar ou fugir após denúncia
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Os apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) debatem se o ex-presidente deve permanecer em silêncio ou fugir após ser denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República), disse o colunista Tales Faria no UOL News desta quarta (19).
Na noite de terça (18), a PGR denunciou Bolsonaro e mais 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado em 2022. O ex-presidente é acusado de cinco crimes: organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Para o eleitor do Bolsonaro, isso [a denúncia da PGR] não terá efeito algum. Para o resto da direita, sim. Esse é o problema.
O meio bolsonarista está dividido entre duas visões deste processo. Quem ganha mais ou quem ganha menos: o Bolsonaro 'vítima' ou o 'herói'? A vítima é o Bolsonaro preso; o herói, é ele fugindo para o exterior e de lá, na expressão deles, continuar 'lutando pelo Brasil'. Tales Faria, colunista do UOL
Tales destacou que a decisão depende de quem julgará Bolsonaro: a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), composta por Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Cármen Lúcia, ou todos os ministros da Corte.
Há uma discussão sobre se Bolsonaro deve aceitar calado uma provável prisão aqui no Brasil ou se ele deve fugir para 'lutar pela democracia'. O momento, segundo essa divisão, é o da aceitação da denúncia.
Se, ao aceitá-la, Moraes voltar atrás e jogar [o julgamento de Bolsonaro] para o pleno [do STF], os bolsonaristas acham que não há necessidade de fuga. Eles ganharão tempo suficiente para decidir isso lá adiante.
Se Moraes mantiver na Primeira Turma, é líquido e certo para essa parcela do bolsonarismo que o ex-presidente vai perder e será preso. Então, seria melhor sair. Essa é a discussão dentro do bolsonarismo neste momento: fugir ou não fugir? Tales Faria, colunista do UOL
Maierovitch: Ideal é plenário do STF julgar Bolsonaro e Moraes deixar caso
Para assegurar uma decisão incontestável, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ser realizado no plenário do STF e com o afastamento do ministro Alexandre de Moraes do caso, afirmou o colunista e jurista Wálter Maierovitch.
Vamos partir do princípio. O Supremo nasceu constitucionalmente com onze julgadores. O volume de processos levou à adoção de um método de divisão do trabalho para que a Justiça não tardasse, que as decisões fossem mais rápidas e houvesse mais fluência. É o ideal? Evidentemente que não. Isso foi uma saída para melhorar a prestação jurisdicional.
Estamos diante de um caso grave, onde se tentou rasgar a Constituição, instalar de novo uma ditadura e o golpismo levou até o 8 de janeiro. O caso é grave e exige um tribunal nacional pleno. Se pensarmos em princípios constitucionais, com amplo debate e defesa, será que precisamos pensar que o ministro não gostará, que será contrariado e que demorará? Ora, Justiça não é isso.
O ideal é uma composição plena, até para os bolsonaristas não virem com a história de "ah, eu fui condenado pela Primeira Turma". Não; foi condenado ou absolvido pelo tribunal pleno. A história é assim. Wálter Maierovitch, colunista do UOL
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