Ex-ministro da Defesa diz que foi contra golpe e quer que Mucio testemunhe

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Ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira afirmou em defesa apresentada hoje ao STF que estava alinhado com o comandante do Exército em 2022, general Freire Gomes, contra a tentativa de golpe de Estado e elencou como testemunha de defesa o atual ministro da pasta, José Múcio Monteiro.
O que aconteceu
Ex-ministro apresentou sua defesa em resposta à denúncia da PGR sobre tentativa de golpe de Estado. Para advogados de Paulo Sérgio Nogueira, elementos trazidos na denúncia provam que o ex-ministro da Defesa sempre se colocou contrário à trama golpista e, portanto, não integraria o grupo que tentou manter Bolsonaro no poder. Diante disso, defesa pede que denúncia contra ele seja rejeitada.
Defesa lista delações de Cid e documentos da denúncia para alegar que ex-ministro não fazia parte de grupo golpista. Peça apresentada ao STF cita trecho da delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, na qual ele afirma que o então ministro da Casa Civil, Braga Netto, estava rachado com os generais da ativa contrários ao golpe e menciona Paulo Sérgio Nogueira como um dos generais deste grupo legalista.
Candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022, Braga Netto é apontado como um dos principais articuladores da trama golpista. Investigação da PF encontrou até mensagens dele criticando o comandante do Exército na época, general Freire Gomes.
Advogados mencionam ainda depoimentos de ex-comandantes. Manifestação apresentada hoje recupera os depoimentos dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica que afirmaram à PF terem se reunido com Nogueira na sede do ministério para discutir a proposta de minuta golpista para manter Bolsonaro no poder em 2022.
Para advogados, relatos mostram que ex-ministro não pressionou comandantes a assinarem minuta. À PF, ex-comandantes do Exército e da FAB alegaram que Sérgio Nogueira ficou em silêncio após ouvir dos dois que eles não anuiriam com as medidas do decreto golpista durante a reunião no Ministério da Defesa.
Defesa ainda cita documento sobre 'gabinete institucional de gestão de crise'. Defesa de Paulo Sérgio Nogueira diz que documento encontrado pela investigação que previa a instalação de um gabinete após a assinatura do decreto golpista não previa que o general fizesse parte da estrutura. Para advogados, isso também afastaria o general da reserva da trama golpista.
Além de pedir que denúncia não seja aceita, ex-ministro também lista testemunhas para sua defesa. Defesa entende que, caso o STF decida aceitar a denúncia e abrir uma ação penal contra ele, devem ser ouvidos como testemunha o atual ministro da Defesa de Lula, José Múcio Monteiro e os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica, general Freire Gomes e brigadeiro Carlos Almeida de Baptista Júnior.
O general Paulo Sérgio estava alinhado com o general Freire Gomes e aconselhava o presidente que nada poderia ser feito diante do resultado das eleições e era totalmente contrário a golpe de Estado, temendo que radicais levassem o presidente assinar uma "doidera".
Defesa do ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira, em resposta à denúncia sobre tentativa de golpe
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