Com saída de Gleisi, senador Humberto Costa assume PT para convocar eleição
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O senador Humberto Costa (PE) vai assumir a presidência em exercício do PT com o afastamento de Gleisi Hoffmann, que vai comandar a articulação política do governo Lula.
O que aconteceu
Humberto Costa, terá até 60 para chamar uma eleição para presidência-tampão no diretório nacional. O vencedor desta eleição, feita entre os 92 membros do diretório, será o responsável por organizar a eleição geral do PT, marcada para 6 de julho.
A decisão pelo nome do ex-ministro da Saúde foi informada à executiva nacional nesta manhã. O estatuto do PT diz que o vice-presidente assume quando o presidente se afasta. O partido tem cinco vices, mas como a corrente de Costa, a CNB (Construindo um Novo Brasil), a mesma de Lula, detém maioria na cúpula e conta com o apoio de outras tendências, o nome dele foi referendado.
Senador foi escolhido em reunião na quinta à noite. Isso o alça como um dos candidatos favoritos para assumir efetivamente o o comando do partido em julho — os outros nomes são Edinho Silva (PT-SP) e o deputado José Guimarães (PT-CE).
Gleisi deixou a presidência do PT para assumir as Relações Institucionais de Lula. Ela foi escolhida em fevereiro para substituir Alexandre Padilha, que vai para a Saúde. Ela toma posse na próxima segunda.
Eleições disputadas
Edinho Silva é o favorito de Lula. Homem de confiança e com acesso direto ao Planalto, o ex-prefeito de Araraquara (SP) é visto como um nome estratégico e conciliador, que poderia trazer uma cara mais moderna ao partido.
José Guimarães voltou a ganhar força depois de ser preterido na Esplanada. Ele também era cotado ao cargo do ministro Alexandre Padilha, que deixou as Relações Institucionais para comandar o Ministério da Saúde, e ficou desapontado com o anúncio feito há uma semana.
Há ainda a questão regional. Do interior paulista, Edinho sofre resistência da ala nordestina do partido, onde Guimarães e Humberto Costa têm mais força.
Diretórios do Nordeste querem mais destaque. Alas do Ceará, do Piauí, do Rio Grande do Norte e da Bahia argumentam que a região já é um reduto eleitoral do partido há algumas eleições e merece mais relevância. O último presidente fora do Sudeste e do Sul foi José Eduardo Dutra, morto em 2015. Ele comandou a sigla entre 2010 e 2011. Apesar de ser carioca, ele fez a vida política em Sergipe, por onde foi senador.
Decisão sobre candidatos passa por Lula. Para evitar ruídos ou uma disputa que poderia dividir o partido, o presidente tem meios e influência para que postulantes desistam do pleito.
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