Ao lado de Bolsonaro, Tarcísio confirma presença em ato pró-anistia no Rio

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), confirmou hoje presença no ato bolsonarista que acontecerá no Rio de Janeiro no próximo domingo.

O que aconteceu

A confirmação ocorreu ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ato no Rio é mais uma manifestação organizada pela direita para defender a anistia para os acusados de participar dos atos antidemocráticos. Tarcísio e o ex-presidente visitaram hoje a abertura do 14º Salão das Motopeças, evento na zona norte de São Paulo.

Bolsonaro chamou o governador de SP de "uma grande promessa para o futuro". Questionado sobre "segunda opção" para 2026: "Com todo respeito ao Tarcísio, que acho um grande gestor, mas ele sabe que é um pouco mais novo que eu, eu tenho uma experiência, que não é fácil para administrar", disse.

Ex-presidente participou de evento para lançar marca de capacetes. Sediada no Distrito Federal, a Bravo Grafeno foi aberta em junho de 2024. Entre os sócios, além de Bolsonaro, está seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Fernando Nascimento Pessoa, o administrador Maichel Chisté e Pedro Leite (candidato a deputado distrital pelo Podemos que não foi eleito em 2018).

Tarcísio e Bolsonaro chegaram juntos no local e foram recepcionados com gritos de "mito". Flávio Bolsonaro e os deputados do Republicanos Jorge Wilson, Tomé Abduch e Celso Russomanno também estavam presentes.

Um dos sócios de Bolsonaro já foi citado em relatório da Polícia Federal. Em 2021, investigações apontaram Pessoa como o responsável por contas que divulgavam conteúdo de direita nas redes sociais — ligadas ao chamado "gabinete do ódio". À época, existia também a suspeita de envolvimento dele com esquema de rachadinha. Ele é assessor de Flávio no Senado.

Se agora é dono de marca, no passado o ex-presidente andou de moto sem capacete. Em meio à pandemia da covid-19, Bolsonaro percorreu um trecho de uma rodovia em Roraima sem o equipamento de proteção. A cena se repetiu outras vezes. Nem na campanha pela reeleição o então candidato mudou os hábitos. As motociatas, como ficaram conhecidos os eventos, viraram uma marca de Bolsonaro.

Bolsonaro mostra marca de capacete que lançou em evento em São Paulo
Bolsonaro mostra marca de capacete que lançou em evento em São Paulo Imagem: Saulo Pereira Guimarães/UOL

Bolsonaro vive momento político difícil

O ex-presidente foi denunciado pela PGR por tentativa de golpe de Estado. No último dia 18, Bolsonaro foi acusado de liderar uma organização criminosa para tentar se manter no poder após a vitória de Lula (PT) nas eleições de 2022. O caso agora está no Supremo Tribunal Federal.

Continua após a publicidade

Bolsonaro nega as acusações. Em manifestação de defesa enviada ao STF, os advogados do ex-presidente citaram Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, como uma de suas testemunhas no caso.

Por decisão do TSE, o ex-presidente está inelegível até 2030. Em 2023, o Tribunal Superior Eleitoral considerou que uma reunião de Bolsonaro com embaixadores quando ele ocupava a presidência (na qual houve ataques à credibilidade do sistema eleitoral) justificava seu afastamento das disputas até 2030.

Apesar da situação, o ex-presidente afirmou em vários momentos que pretendia se candidatar em 2026. "O candidato sou eu", disse ele em entrevista em novembro, na qual se apresentou como único nome da direita com chances de ser eleito. "O plano A sou eu, o plano B sou eu também e o plano C sou eu", disse em dezembro.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.