Quem são os três políticos do PL que o STF tornou réus em caso de emendas

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O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, por unanimidade, tornar réus dois deputados federais e um suplente de deputado do PL sob acusação de corrupção no uso de emendas parlamentares enviadas para um município do interior do Maranhão Os três negam as acusações.
Quem são os políticos?
Josimar Maranhãozinho (PL-MA)

É deputado federal desde 2019 e tem 48 anos. Foi deputado estadual entre 2014 e 2017 e prefeito de Maranhãozinho (MA) entre 2005 e 2012.
Josimar é um dos políticos mais influentes do Maranhão —em 2018, ele obteve a marca de parlamentar mais votado da história do estado: 195.768 votos. Em 2022, foi reeleito com 158.360 votos.
Denúncia aponta que os envolvidos teriam articulado um esquema de venda de emendas parlamentares liderado por ele. O esquema teria acontecido entre dezembro de 2019 e agosto de 2020. Na época, os deputados, com auxílio de outras seis pessoas, destinaram R$ 6,6 milhões para o município de São José do Ribamar (MA) e, em troca, teriam R$ 1,6 milhão de retorno.
Pastor Gil (PL-MA)

Pastor da Assembleia de Deus tem 53 anos e é deputado federal desde 2019. Político já foi secretário-geral da Ceadema (Convenção Estadual da Assembleia de Deus no Maranhão), segundo cargo mais importante da instituição no estado. Ele foi reeleito em 2022 com 69.530 votos.
Denúncia diz que Pastor Gil e Josimar "passaram a agir pessoalmente para convencer o prefeito" de São José do Ribamar a pagar propina. O prefeito José Eudes comunicou à polícia sobre a intimidação e os pedidos de propina ainda em 2020.
Bosco Costa (PL-SE)

Suplente de deputado federal, 74, e ex-prefeito de Moita Bonita (SE). Ele teve 29.651 votos em 2022. Antes, em 2018, ele foi eleito deputado com 47.788 votos.
A Polícia Federal afirma que a esposa e o filho dele teriam participado do esquema de venda de emendas. O relatório final da corporação reuniu elementos que vão desde anotações encontradas com suspeitos a trocas de mensagens de WhatsApp que expõem envolvimento de Maria Rivandete Andrade e Thales Andrade Costa. A defesa da família nega as acusações.
Como o esquema funcionava?
Parlamentares pediram propina de 25% sobre as emendas, segundo a PGR. Os valores correspondem a R$ 1,66 milhão em troca de R$ 6,67 milhões destinados ao município de São José de Ribamar em 2020.
Prefeito fez denúncia. O ex-prefeito de São José de Ribamar (MA) José Eudes Sampaio Nunes (Avante) narrou cobranças e intimidações em troca da destinação das verbas ao município.
Os elementos informativos demonstram, portanto, que os denunciados formaram organização criminosa, liderada por Josimar Maranhãozinho, voltada à indevida comercialização de emendas parlamentares. Trecho da denúncia
O STF aceitou a denúncia contra outras pessoas envolvidas no suposto esquema: João Batista Magalhães (ex-assessor parlamentar), Antônio José Silva Rocha (ex-prefeito de Água Doce), Abraão Nunes Martins Neto (policial militar reformado), Adones Gomes Martins (irmão de Abraão) e Thalles Andrade Costa (filho de Bosco Costa).
O que dizem os políticos
A defesa do deputado Josimar Maranhãozinho declarou ao Supremo que as acusações da PGR contra o parlamentar se "mostram frágeis e desfundamentadas".
Os advogados de Bosco Costa disseram que a falta de provas à denúncia. A defesa afirmou ao Supremo que a acusação está baseada em "diálogos de terceiros e anotações manuscritas desconhecidas de Bosco".
A defesa de Pastor Gil defendeu a ilegalidade das provas obtidas na investigação por entender que o caso deveria ter iniciado no STF, e não na Justiça Federal do Maranhão. Os advogados também acrescentaram que a denúncia é baseada em "hipóteses e conjecturas".
*Com informações da Agência Brasil e do Estadão Conteúdo
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