'Avisei a Bolsonaro que carioca acorda mais tarde no domingo', diz Malafaia
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Após baixa adesão a ato de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ontem, no Rio, o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, disse que tentou convencer o político de que a capital fluminense não é o melhor lugar para se fazer manifestações no domingo pela manhã. A declaração do evangélico foi feita durante entrevista ao UOL News, do Canal UOL.
No ano passado, 21 de abril, tivemos uma plateia semelhante a isso [ao da manifestação realizada ontem]. Eu disse para o Bolsonaro que domingo de manhã, no Rio de Janeiro, não é o melhor lugar para se fazer manifestação. Eu avisei ao Bolsonaro: 'carioca, no domingo, acorda mais tarde, se der praia, piora, tem jogo de Fla-Flu'. Mas ele: 'não, vamos fazer, vamos fazer. Depois fazemos um em São Paulo'. Silas Malafaia, pastor e aliado de Bolsonaro
O ato de Bolsonaro, que pedia a anistia a envolvidos na tentativa de golpe, ocorrida em janeiro de 2023, reuniu ontem 18,3 mil pessoas na praia de Copacabana, na zona sul do Rio, segundo dados do Monitor do Debate Público do Meio Digital, do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), em parceria com a ONG More in Common. Em 2024, o público foi de 33 mil pessoas.
Ao Canal UOL, Malafaia —um dos organizadores do movimento— contestou números divulgados na imprensa e comparou o tamanho de manifestação em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com bloco promovido pela cantora Anitta, no Carnaval.
Eu não gosto de entrar numa 'guerra' com esses números: 100 mil, 200 mil, 18 mil [pessoas]. Primeiro, [dizer que foram] 18 mil é uma afronta à inteligência de qualquer um. Um dia desses, a Anitta fez aqui no Carnaval 600 mil [pessoas]. Pega a nossa imagem, e a imagem disso, [do bloco] da Anitta. Não vi ninguém discutir nada disso.
Então, sabe, eu tenho muita dificuldade com a questão de números. Eu sei do seguinte, num domingo de mais de 30 graus, com a final de Fla-Flu, de tarde, no Maracanã, nós tínhamos lá uma multidão de gente. Não tinham dois quarteirões, não, tinham mais do que dois quarteirões [cheios]. Vai me desculpar.
Se a esquerda levar metade do que levamos ontem, eu dou um prêmio para eles. Toda a manifestação que o Lula vai, é plateia controlada. Só câmera no palco. Silas Malafaia, pastor e aliado de Bolsonaro
O ato no Rio foi mais uma manifestação organizada pela direita para defender a anistia para os acusados de participar da organização, invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro de 2023. Na ocasião, bolsonaristas que não aceitavam a vitória do Presidente Lula (PT) nas urnas participaram da invasão.
Malafaia: 'Tarcísio é o segundo cara e não faz jogo duplo'
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cotado para ser candidato a presidente no lugar de Bolsonaro, que está inelegível, marcou presença durante a manifestação.
Para mim, ele é o segundo cara, depois de Bolsonaro, como liderança. É governador de um magnífico estado de São Paulo, que é uma ressonância no Brasil. Está fazendo um grande governo. Ele é um cara, tem o seu valor gigante, grandioso. Eu gosto dele, tenho um relacionamento bom com ele.
O Tarcísio está sendo ético, na minha opinião, certo? Não arvora. Ele não está fazendo joguinho duplo, ele é um cara pacificador, sabe? Eu gosto do Tarcísio. Silas Malafaia, pastor e aliado de Bolsonaro
Tales: 'Apenas metade do PSD votará pela anistia'
No UOL News, o colunista Tales Faria apurou que, em conversas com Bolsonaro, Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, afirmou que metade da bancada do seu partido na Câmara votará pela anistia aos condenados pelo 8/1 e que ele não tem como interferir nisso.
Durante a manifestação de ontem no Rio de Janeiro, Bolsonaro disse ter se acertado com Kassab pelo apoio ao projeto de anistia. Porém, como apurou Tales, o presidente do PSD avalia que não consegue mudar a decisão da bancada do partido, principalmente no Senado.
Kassab é um político muito experiente, talvez o mais experiente do país. Ele tem dito a várias pessoas que não tem como interferir nessa votação na Câmara. A interferência dele no partido é mantê-lo unido, independente das diferenças.
O que apurei junto a pessoas ligadas ao Kassab é que ele disse exatamente isso ao Bolsonaro: não tem como interferir na bancada. Mas ele o tranquilizou dizendo que o ex-presidente terá muitos votos na Câmara se o [Hugo] Motta pautar. Tales Faria, colunista do UOL
Assista ao trecho no vídeo abaixo:
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