Moraes manda Meta e X enviarem à PF dados de contas de Allan dos Santos


O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que as empresas Meta e X informem à Polícia Federal em até dez dias os dados de contas de perfis utilizadas pelo blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, sob pena de multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento.
O que aconteceu
O ministro atendeu a um pedido da PF em investigações sobre fake news contra a jornalista Juliana Dal Piva. Investigadores querem acesso aos dados de quem criou uma conta secundária usando o nome de Allan dos Santos no Instagram, e também de todas as postagens dessa conta e de outra no X realizadas entre junho de 2024 e fevereiro deste ano.
Ambas as contas estão fora do ar. O blogueiro está proibido por Moraes de criar novos usuários nas redes sociais, mas vem tentando driblar a decisão. Allan dos Santos também é alvo de duas ordens de prisão expedidas por Moraes, mas está foragido nos EUA. O país não tem perspectiva de extraditá-lo, já que as condutas apontadas pelo STF nas ordens de prisão não seriam consideradas crime pelas leis norte-americanas.
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Allan dos Santos mora nos Estados Unidos desde 2020. Ele é investigado também em outro inquérito da PF que apura a atuação de uma campanha para atacar e expor dados de investigadores que atuaram nos casos envolvendo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados. Foi no âmbito dessa investigação, revelada pelo UOL, que Moraes determinou no ano passado, novamente, a prisão de Allan dos Santos.
O pedido já foi encaminhado às autoridades americanas, mas não há perspectiva de que ele seja cumprido. Nos Estados Unidos, as postagens feitas pelo blogueiro não são vistas como criminosas. Assim, as chances do Judiciário americano atender a determinação de Moraes são pequenas.
Além disso, recentemente as big techs têm demonstrado alinhamento com o governo de Trump. Elon Musk, dono do X, ganhou até cargo no governo americano. Mark Zuckerberg, dono da Meta, anunciou o fim da política de checagem de fatos da companhia nos EUA, em uma clara sinalização ao presidente dos EUA.