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OPINIÃO

Josias: Zema critica 'gastança', mas esquece o rombo deixado por Bolsonaro

Colaboração para o UOL

20/03/2025 11h20

Ao chamar o governo Lula (PT) de 'gastão', o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), ignora os prejuízos causados pela gestão de Jair Bolsonaro (PL) aos cofres públicos, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News de hoje.

Em sua conta no X (antigo Twitter), Zema criticou os vetos de Lula ao programa de pagamento das dívidas estaduais. O governador acusou o governo federal de "querer que os estados paguem a conta de sua gastança".

Estamos vivendo uma fase de politicagem, e não de política. As pessoas que têm um olhar um pouco mais refinado conseguem distinguir as duas coisas.

Zema fala em gastança, mas está atrelado ao bolsonarismo e esquece que Jair Bolsonaro arrombou os cofres públicos trocando responsabilidade fiscal por populismo eleitoral. Gastou o que tinha e o que não tinha para se reeleger e não conseguiu. Gastança é algo que, nos lábios de personagens bolsonaristas, é uma palavra que deveria ser evitada.

Na primeira reunião ministerial de 2025, Lula disse que '2026 já começou'. Hoje, o bolsonarismo está bastante assanhado. O 'Mito' está a caminho da cadeia e os governadores, sobretudo aqueles que têm pretensões eleitorais e até presidenciais, estão muito assanhados.

Zema é um deles. Não tem potencial para ser um cabeça de chapa, mas ambiciona uma posição de vice. Tarcísio [de Freitas] está fazendo cálculo do tipo custo-benefício para ver se vale a pena abandonar a disputa pela reeleição em São Paulo para tentar a sorte em uma disputa nacional. Estamos vivendo essa fase. Josias de Souza, colunista do UOL

Josias destacou que Fernando Haddad, ministro da Fazenda, tomou as dores do governo federal. Assim como Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais, ele deu uma resposta contundente aos críticos, cutucando também o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O governo já identificou esse assanhamento dos governadores. Haddad está ecoando a Gleisi Hoffmann. Essa estratégia é muito curiosa, porque os dois estavam se estapeando até outro dia e agora fazem uma tabelinha.

Dias atrás, Gleisi mencionou todos os governadores que foram beneficiados com a renegociação das dívidas estaduais: Zema, Cláudio Castro [RJ], Eduardo Leite [RS] e Ronaldo Caiado [GO]. Ela disse que ninguém ouve uma palavra de agradecimento deles ao Lula e ao povo brasileiro. Agora, Haddad inclui Tarcísio no rol desses governadores 'ingratos'.

Haddad insinua que esses estados estão se beneficiando da generosidade do governo federal, o que também é um argumento farsesco por ser feita com o chapéu alheio, e depois o atacam. Isso é pura politicagem.

Como Lula antecipou, 2026 já começou. É preciso que esse debate ganhe um meio quilo de interesse público. O Brasil tem problemas demais para que sejamos brindados com essa guerra federativa. É hora de pensar no país e ver o que está faltando à sociedade para qualificar o debate, retirando-o da politicagem. Josias de Souza, colunista do UOL

Economista: Todo mundo se dá mal com juro alto, exceto quem tem renda fixa

Os únicos investidores que podem comemorar os juros altos praticados no Brasil são aqueles que colocaram seu dinheiro na renda fixa, analisou o economista Teco Medina.

Quem ganha e quem perde com a taxa de juros alta é muito fácil: todo mundo perde e se dá mal, exceto quem tem algum dinheiro investido em qualquer produto de renda fixa, seja no Tesouro Direto, no CDB, no LCI ou na LCA. Quem tem dinheiro aplicado em uma renda fixa ganha; o país e todo o resto perdem.

Taxa de juros alta é ruim para todo mundo. Ela inibe investimento, encarece dívida, distorce a alocação de capital, inibe investimento privado... Imagine que você é uma empresa de qualquer setor. Por que você ampliaria ou expandiria, tomando o risco de pegar dinheiro emprestado para montar uma nova operação em um novo lugar se seu dinheiro pode render 14,25% no Tesouro Selic ou em um CDB? Teco Medina, economista

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL


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