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Eduardo Bolsonaro quer atrair Trump, mas tem plano B nos EUA, diz analista

Nos Estados Unidos após pedir licença da Câmara, o deputado federal Eduardo Bolsonaro quer atrair o presidente Donald Trump para o 'ringue' de narrativas da direita do Brasil, mas tem também um plano B no país, analisou o professor e analista político Beto Vasques em comentário no UOL News da manhã deste sábado (22).

No ponto de vista internacional, o Eduardo Bolsonaro funciona como um 'filho pomada', um filho para uso externo. Ele nos Estados Unidos tem dois grandes objetivos. Um primeiro objetivo, um plano A, seria atrair o Trump para o ringue. Esse é o grande desafio do Eduardo Bolsonaro.

Ele é próximo ao Steve Bannon, a setores do 'Make America Great Again', e ele vem por aí de uma forma muito incisiva, há muito tempo, não só ele, como uma parte grande do bolsonarismo, tentando pressionar os congressistas mais recalcitrantes do trumpismo a aderirem à tese de que no Brasil a gente vive numa ditadura da toga, que o STF e o Xandão estão perseguindo o Bolsonaro.

Então eles estão construindo uma narrativa que não existe liberdade de expressão. Essa narrativa é para ver se consegue atrair mais setores dos congressistas norte-americanos para que esses possam ajudar a família Bolsonaro a pressionar o Trump para que ele tome cartas no assunto e ajude a família Bolsonaro no Brasil.
Beto Vasques

Eduardo anunciou na última terça-feira (18) que vai se licenciar do mandato de deputado e continuar nos Estados Unidos, por meio de vídeo publicado em suas redes sociais. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro disse que continuará no país para buscar punições contra o ministro Alexandre de Moraes. Ao fazer o anúncio, o político disse também que não irá receber o seu salário como parlamentar.

O especialista da FESPSP Beto Vasques seguiu a análise ao Canal UOL e apontou um plano B de Eduardo Bolsonaro nos EUA, caso a primeira estratégia citada não funcione.

Se esse plano não funcionar, esse plano de embaixador do Bolsonaro e do golpe nos Estados Unidos, o Eduardo Bolsonaro tem um plano B, que seria o de defender o futuro seu e da sua família. Então ele funciona também como uma sorte de precursor.

Ele está lá abrindo o caminho logístico, econômico, político, para que o pai e os irmãos, se necessário, possam receber o asilo político dourado nos Estados Unidos, no caso de condenações no Supremo, e eles possam ter uma vida mansa.

Por isso o Eduardo Bolsonaro já abriu uma holding e está com esse papel de, por um lado, ser embaixador do golpe, tentar trazer o pai de volta ao poder, trazer o Trump para o seu lado, ou, na pior das hipóteses, garantir um asilo político dourado para a família Bolsonaro.
Beto Vasques

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