Eduardo diz que Motta age como 'esquerdista do PSOL' ao não pautar anistia
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O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) atacou hoje o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), por não ter pautado a votação do projeto de lei de anistia aos crimes do 8 de Janeiro.
O que aconteceu
Eduardo disse que Motta age como "esquerdista do PSOL". "Ele tem falado basicamente igual a um esquerdista do PSOL, falando que é contra anistia, [pela] democracia e aquelas coisas todas que estamos acostumados a ouvir da boca de Lula e de outros puxadinhos do PT", criticou o parlamentar, em entrevista para a rádio bolsonarista Auriverde Brasil.
O deputado licenciado afirmou que Motta mudou "drasticamente" de opinião sobre a anistia por estar "ameaçado" por Alexandre de Moraes. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atribuiu a suposta alteração de posicionamento a um jantar dado pelo ministro do STF em 18 de março, do qual o presidente da Câmara participou junto ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
Eduardo não apresentou provas de que Moraes estaria ameaçando Motta a não pautar a anistia. Em entrevista a uma rádio de João Pessoa em fevereiro, o presidente da Câmara afirmou que o 8 de Janeiro não foi golpe e criticou o que avaliou como "exagero" em punições. Ao jornal O Globo, Motta afirmou posteriormente, no entanto, que a proposta de anistia era de "difícil consenso" e criaria tensão com o STF e o Executivo.
Hugo Motta, em bom português, está sendo ameaçado. Antes do jantar dele com Alexandre de Moraes, a opinião dele era bem clara a favor da anistia. E ele segue a linha do Arthur Lira, de jogar para o plenário os temas polêmicos, e deixa o plenário decidir.
O que o Hugo Motta faria era simplesmente respeitar o compromisso que ele fez durante a campanha e respeitar a vontade popular, através dos seus representantes eleitos. Só que, depois do jantar com Alexandre de Moraes, ele mudou drasticamente.
Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado
Centrão ignora pressão do PL
Centrão tem ignorado a pressão do PL para pautar a anistia, mostrou o UOL. Líderes de partidos do bloco não querem assinar o requerimento de urgência para votação do projeto. Sob reserva, várias lideranças afirmaram que não concordam com a proposta, mas compreendem que a discussão é legítima, com Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Casa, cumprindo o papel dele em tentar angariar apoios. O posicionamento foi repassado ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
PL tentou atrapalhar os trabalhos legislativos, mas foi vencido. O partido queria forçar a votação do projeto de lei da anistia aos presos em 8 de janeiro e entrou em obstrução nas comissões e no plenário da Casa — o recurso é utilizado para tentar impedir os trabalhos no Legislativo e ganhar tempo. Sóstenes, no entanto, voltou atrás para aprovar o projeto de retaliação ao "tarifaço" do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a revalidação das emendas de comissão para seguir a determinação do STF
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