Justiça mantém congresso do Rede após disputa entre Marina e Heloísa Helena

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A Justiça do Distrito Federal confirmou hoje a realização do Congresso do Rede, após uma disputa judicial entre os grupos da ministra Marina Silva e da ex-senadora Heloísa Helena (AL).
O que aconteceu
Após Heloísa Helena recorrer, Justiça manteve congresso. O evento, que acontecerá nos dias 11, 12 e 13 de abril, chegou a ser suspenso após um dos candidatos da disputa pela direção nacional do partido apontar falta de transparência nas votações regionais.
A ação que levou à suspensão foi movida por aliados da ministra do Meio Ambiente. A decisão do desembargador Fábio Eduardo Marques, da 5ª Turma Cível do TJ-DFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios), cita dificuldades nas eleições estaduais do partido e a possibilidade de gastos de R$ 1 milhão com recursos públicos do fundo partidário na organização do congresso.
O partido passa por disputas internas pelo comando. Enquanto Marina apoia a chapa formada por Giovanni Mockus (SP) e Iaraci Dias (BA), a própria Heloísa Helena está na briga ao lado de Paulo Lamac (MG).
O grupo de Marina entrou na Justiça alegando falta de transparência em relação aos delegados estaduais aptos a votar na eleição nacional. A candidatura de Mockus afirmou que não teve acesso à documentação exigida para fiscalização da eleição interna.
Hoje o partido é comandado por Heloísa Helena e Wesley Diógenes (CE). Eles são os porta-vozes do partido, que não tem presidente partidário —as candidaturas pela direção são sempre compostas por um homem e uma mulher. Iaraci Dias e Giovanni Mockus estão abaixo deles na estrutura do partido, como coordenadores. Já Paulo Lamac é coordenador de comunicação.
Justiça deu razão ao partido. O desembargador Fábio Eduardo Marques voltou atrás da na decisão após avaliar o "elevado grau de divergência existente entre os integrantes do partido político".
[São gastos] Com passagens, hospedagens, aluguel do local para mais de 300 delegados de todos os estados, inclusive comprando todas passagens dos delegados e hospedagens do grupo desse rapaz [Giovanni Mockus].
Heloísa Helena, porta-voz do Rede, sobre os gastos do fundo partidário com o congresso
Brigas em diretórios estaduais
Ao menos cinco estados registraram disputas judiciais anteriores. As ações questionam conferências partidárias da Rede em Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Espírito Santo. O desembargador manteve os votos dos delegados do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul.
Há denúncias de filiações feitas sem consentimento. Os filiados e delegados estaduais entraram com uma série de ações por ilegalidade nos pleitos eleitorais do partido nos congressos estaduais.
A Justiça havia determinado a entrega, até 9 de abril, dos documentos que comprovassem as filiações e conferências estaduais. Segundo aliados de Marina, os arquivos foram enviados de forma confusa e fora de ordem, o que impediu que fossem verificados adequadamente.
O que dizem os grupos opostos
Heloísa Helena afirmou que não vai desistir da disputa e que é alvo de preconceito dentro do partido. "É o típico comportamento preconceituoso de uma sociedade, onde se mistura de forma abjeta machismo, etarismo, mediocridade intelectual, psicofobia e, no caso em questão, muita e muita ganância", afirmou ontem em suas redes sociais.
Já Mockus disse que houve "mudança radical e atropelada das regras eleitorais internas". O aliado de Marina questionou a legitimidade dos resultados estaduais e classificou os gastos de R$ 1 milhão para a realização do congresso como "inaceitáveis". Para ele o processo eleitoral foi conduzido de maneira "agressiva" e "duvidosa".
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