Bolsonaro está na UTI em estado estável após 12 horas de cirurgia
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A cirurgia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para tratar um quadro de obstrução intestinal, no Hospital DF Star, em Brasília, foi encerrada por volta das 21h20 após 12 horas de duração. Ele foi encaminhado para a UTI da unidade de saúde.
O que aconteceu
A obstrução intestinal foi causada por uma dobra do intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal, diz novo boletim médico. A cirurgia — que também reconstruiu a parede abdominal — ocorreu sem intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue.
Bolsonaro está estável e sem dor, segundo a equipe médica. No momento, o ex-presidente recebe medidas de suporte clínico, nutricional e prevenção de infecções, informa o boletim.
"Cirurgia concluída com sucesso!", escreveu Michelle no Instagram. Uma coletiva de imprensa deve ser realizada amanhã de manhã para divulgação de mais detalhes sobre o estado de saúde do ex-presidente.
A ex-primeira-dama publicou uma foto da equipe médica no hospital. Na imagem, aparecem 11 profissionais de saúde.

Encerrada a cirurgia, Michelle ligou para Damares Alves (Republicanos-DF), que estava em frente ao hospital, e conversaram ao telefone. A ex-primeira-dama revelou que ia para a sala de extubação encontrar Bolsonaro.
Michelle declarou que não há data para alta. Ela disse que foi uma cirurgia bastante delicada.
Ao final da ligação, a ex-primeira-dama agradeceu às orações dos apoiadores em frente ao hospital. Ela cumprimentou pastores, e os apoiadores se reuniram numa roda onde oraram e cantaram.
O ex-presidente foi submetido ao procedimento de laparotomia exploradora. A cirurgia teve como objetivo liberar aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal. O ex-presidente foi levado ao bloco cirúrgico por volta das 8h30 e o procedimento começou por volta das 10h.

Cirurgia foi necessária porque exames mostraram persistência da subobstrução intestinal, conforme o boletim. Trata-se de um quadro que dificulta a passagem de gases e fezes.
O cardiologista Leandro Echenique, integrante da equipe que cuida do ex-presidente, havia informado ontem que a cirurgia seria de grande dimensão. "É uma cirurgia bem extensa. Veja bem, é um abdome que já foi muito manipulado desde lá de 2018, quando teve a facada", explicou.
Antes de ir ao centro cirúrgico, Bolsonaro enviou uma mensagem a parlamentares. "Domingo, logo mais, às 08h00 me submeto à mais uma cirurgia, ainda decorrente da facada de 06/set/2018. Ao meu lado o Bispo JB Carvalho e bons médicos e enfermeiros. Se Deus quiser tudo ocorrerá bem."
No texto, ele também falou sobre projeto de lei que anistia os envolvidos nos ataques do 8 de Janeiro e que tramita na Câmara. "Modular a pena da Débora (batom), passando de 14 para 10 anos de prisão continua sendo uma brutal injustiça, já que seu crime é impossível (...) Deus ilumine cada um dos 513 deputados e 81 senadores em seus votos. Se com nossas decisões pavimentamos a nossa eternidade, esse voto tem um peso capital", escreveu o ex-presidente.
Esta é a 6ª cirurgia de Bolsonaro desde que levou uma facada no abdome, em setembro de 2018. O último procedimento havia sido realizado em setembro de 2023, quando ele foi submetido a um conjunto de cirurgias no aparelho digestivo e respiratório, que ocorreram de forma "satisfatória", conforme o hospital informou na época.
Bolsonaro sentiu mal estar durante tour pelo Nordeste
O ex-presidente passou mal no Rio Grande do Norte na sexta-feira e foi transferido para a capital federal na noite de ontem. Usando uma sonda no nariz, ele deixou o hospital em Natal caminhando e cumprimentou apoiadores no local.
Bolsonaro foi transportado em uma UTI aérea e chegou a Brasília acompanhado de Birolini e de uma equipe da Unimed. Na chegada ao hospital, apoiadores fizeram uma oração pela saúde do ex-presidente, que acenou para o grupo.
A visita a cidades do Nordeste foi cancelada. O plano era usar as viagens para fortalecer a presença do PL na região, lançando o projeto Rota 22, cujo objetivo é realizar uma série de visitas, oficinas e seminários pelo país.
O Rio Grande do Norte era a primeira parada, e Bolsonaro visitaria três cidades do interior. Havia planos de que o ex-presidente ampliasse o roteiro para outros estados nos próximos meses. Ele estava acompanhado do líder da oposição no Senado, o senador Rogério Marinho (PL-RN).
Tour mira eleições de 2026. A ideia de rodar o Brasil para divulgar pautas da direita teve apoio de Marinho. O projeto quer ampliar a base política do PL, identificar novas lideranças e estruturar um plano de desenvolvimento regional.
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