Lula elogia BNDES: 'Obrigados a pedir desculpa' por acusação de caixa-preta

O presidente Lula (PT) elogiou na manhã de hoje o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, e lembrou as acusações de corrupção das quais o banco era alvo no governo Jair Bolsonaro (PL). quando ele assumiu o posto no dia 6 de fevereiro de 2023.

O que aconteceu

Lula lembrou que Mercadante assumiu o banco após acusações de corrupção. Ao longo de seu mandato, Bolsonaro afirmava que o BNDES era uma "caixa-preta". Uma auditoria foi encomendada pelo banco, no valor de R$ 48 milhões, mas não foi comprovada nenhuma evidência de corrupção.

Quando Mercadante pegou o BNDES, só tinha denúncia: 'vamos apurar corrupção no BNDES, vamos apurar caixa-preta no BNDES. Passaram dois anos falando bobagem e depois foram obrigados a pedir desculpas porque não encontraram nada, porque o BNDES é um centro de excelência
Presidente Lula

"O BNDES não é governado por político, é governado por gente competente", disse Lula. As falas ocorreram durante uma visita do presidente às obras da rodovia Presidente Dutra, na Serra das Araras, no Rio de Janeiro. Participaram do evento os ministros da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL).

A visita é um acompanhamento da obra que liga as capitais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Segundo o governo, a obra teve custo de R$ 1,5 bilhão e é realizada em uma parceria público privada. O governo federal exibiu um vídeo com depoimentos de trabalhadores que participaram da obra.

Haddad e Mercadante também destacaram o papel do BNDES. O presidente do banco afirmou que "só é possível avançar em concessões rodoviárias" por causa da "nova engenharia financeira". A garantia da obra, explicou, é o pedágio. "Nós captamos uma parte importante de recursos e garantimos com o [valor futuro a ser recebido com] pedágio', disse.

Ministro dos Transportes, Renan Filho afirmou que a obra é um "grande desafio". "Aqui serão construídos vários viadutos, quatro faixas para subir, quatro para descer, possibilidade de dobrar a velocidade". Disse ainda que o governo realizou dez leilões de concessões rodoviárias em dois anos e quatro meses de governo, levantando R$ 100 bilhões de investimentos em novos contratos.

Governador em exercício do Rio de Janeiro, Thiago Pampolha (MDB) disse que a obra é "estratégica" para o Rio de Janeiro. "É a estrada que liga os dois maiores eixos do país. Por aqui, passa metade do PIB nacional", disse. Afirmou também que a obra permitirá redução do tempo de viagem e barateamento do valor do frete, que tem impactos na economia toda.

Lula criticou indiretamente os governos Michel Temer e Bolsonaro. Segundo o presidente, seus antecessores paralisaram obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) 1 e 2, das gestões do próprio Lula e de Dilma Rousseff. "Preparamos o PAC 2 para a Dilma não perder tempo. O que aconteceu quando a Dilma foi 'impeachmada'? O que aconteceu quando eu voltei, em 2023? 87 mil casas do Minha Casa, Minha Vida estavam paralisadas. Creches também estavam paralisadas", disse. "Essa irresponsabilidade administrativa não vai acontecer mais no país".

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Apesar de a popularidade do governo sofrer, o presidente diz que país vive "um dos melhores momentos da história". De camisa vermelha em meio aos ministros e políticos com quem dividia o palco, afirmou que "a economia voltou a crescer" e citou melhora no salário mínimo, no emprego e nas políticas dedicadas a microempreeendedores.

A última pesquisa Datafolha mostrou ligeira melhora na popularidade da gestão Lula. A aprovação subiu de 24%, em fevereiro, para 29% em abril. Mas segue distante dos 38% de desaprovação, que antes eram 41%. A alta da inflação e o preço dos alimentos foram os principais responsáveis pelas quedas de popularidade mostradas em pesquisas anteriores, desde o final do ano passado.

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