Conteúdo publicado há 27 dias

Duda Salabert: EUA cometeram violência pessoal e contra o Brasil

A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) acusou o governo dos Estados Unidos de cometer violência contra ela e o Brasil ao ter seu gênero modificado para masculino em seu visto para o país. Em entrevista ao UOL News hoje, a parlamentar afirmou que acionou o Itamaraty e teme receber ameaças de morte após o episódio.

Duda explicou que, ao renovar seu visto para os EUA, teve seu gênero alterado para masculino, mesmo após apresentar toda a documentação que a identifica como sendo do gênero feminino. A também deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) passou por uma situação semelhante.

É preciso mostrar dois tipos de violência, uma na esfera pessoal e outra na coletiva. Na pessoal, ela é marcada pela transfobia de um Estado estrangeiro negar minha identidade. Por si só, isso é transfobia. Na coletiva, ao me violentar, está violentando toda a comunidade trans, ignorando e desconsiderando a identidade das pessoas trans.

É uma violência contra o país, com os EUA não reconhecendo e não aceitando a documentação do Brasil. Esta violência vai escalonando. Isso é muito ruim. Estamos buscando ferramentas para mudar essa postura dos EUA. Duda Salabert, deputada federal

A parlamentar disse que procurou o Itamaraty para tomar as medidas cabíveis, já que foi vítima de transfobia.

Minha certidão de nascimento é feminina, assim como minha carteira de identidade e todos os meus documentos. Não cabe a um outro país mudar minha identidade porque isso é uma violência contra a minha pessoa e a soberania nacional brasileira, porque desconsidera a documentação vigente e que vale no país.

Está sendo imposto a mim um crime que não cometi, de falsidade ideológica. Nesse ponto, nós acionamos o Itamaraty.

Juridicamente, no Brasil só existe homem e mulher. Eu sou uma mulher, ponto. Não há qualquer documento dizendo que sou trans; todos eles são femininos. Não cabe aos EUA mudar meus documentos e minha identidade. Duda Salabert, deputada federal

Duda teme que o episódio alimente o ódio contra a comunidade trans e aumente os ataques a ela e à família.

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Além da tristeza pessoal, há uma preocupação. Não passo um mês da minha vida sem receber ameaça de morte. Quando há uma situação como essa, quando o governo Trump resolve mudar minha identidade de gênero e me tratar como homem, essa notícia começa a circular em grupos de ódio e alimenta mais violência contra nós.

Infelizmente, tenho certeza de que receberei várias ameaças de morte novamente. Elas não vão só contra mim, mas também para minha família. Não quero que meu nome seja viralizado por uma violência que estou recebendo, mas por aprovar projetos de lei importantes. Quando há um ataque como esse, a violência escalará de forma absurda contra mim e a comunidade trans. Duda Salabert, deputada federal

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