Presidente da Câmara de SP propõe 'cota' para vereadoras chefiarem a Casa

O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Ricardo Teixeira (União), propôs que uma vereadora comande a Casa em ao menos um dos quatro anos de cada legislatura, que dura quatro anos.

O que aconteceu

Teixeira afirma que o projeto busca garantir o "processo de democratização do poder, corrigindo desigualdades históricas". "A medida tem como propósito não só incentivar a maior participação feminina na política, mas também proporcionar exemplos concretos de liderança feminina que possam inspirar e motivar outras mulheres a se engajar na política e ocupar espaços de destaque em nossa sociedade", disse ele, na justificativa do projeto.

Projeto deverá passar por quatro comissões antes de ser votado em Plenário, segundo a Câmara. A proposta passará pela Comissão de Constituição, Justiça e Legislação Participativa, Comissão de Administração Pública, Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher e a Comissão de Finanças e Orçamento.

A vereadora Janaina Paschoal (PP) elogiou a proposta, mas não vê uma ação afirmativa. "É importante que fique claro que não é nenhum favor, porque já nessa legislatura tem praticamente quase metade de mulheres [...] Não vejo como uma ação afirmativa, vejo como algo justo", disse ela ao UOL.

Atualmente, dos 55 vereadores de São Paulo, 20 são mulheres. É a maior bancada feminina da história da Casa. São 36,3% das cadeiras, a maior proporção entre as capitais do país.

Partidos de centro e da direita têm 65% das cadeiras. Das 20 vereadoras, 13, que compõem estão em partidos de centro, como MDB e PSD, e de direita, como o PL e PP. As outras 7 são de partidos de esquerda: PT, PSOL, Rede e PSB.

Atual mesa diretora não possui nenhuma mulher. Além de Teixeira, João Jorge (MDB) ocupa a primeira vice-presidência e Isac Felix (PL) ocupa a segunda vice-presidência. Helio Rodrigues (PT) ocupa a primeira-secretaria e Milton Ferreira (Podemos) é o segundo-secretário.

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