Vieira receberá Hilton, mas diz que decisão dos EUA sobre visto é soberana

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O chanceler Mauro Vieira afirmou hoje que irá conversar com a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) sobre a mudança gênero no novo visto dos Estados Unidos, mas indicou não ter muita influência sobre a decisão.
O que aconteceu
Nesta semana, Hilton recebeu o novo visto para o país com o gênero marcado como "masculino" —o anterior, de 2023, já indicava o gênero feminino. Transexual, a deputada acusou o governo Donald Trump de "transfobia" e prometeu acionar a ONU (Organização das Nações Unidas).
Vieira disse que deverá receber a deputada nesta semana, mas não indicou que haja muitas alternativas. "Isso [a mudança] é uma decisão soberana dos Estados Unidos e é a aplicação da lei americana, mas vamos conversar", disse o chanceler, em entrevista à CNN Brasil.
Trump mudou o entendimento de gênero no país assim que assumiu, em janeiro, o que casou a alteração de milhares de documentos internos. "Será a política oficial dos Estados Unidos que existam apenas dois gêneros, masculino e feminino", afirmou o presidente, um dia após a posse.
A ordem executiva descarta a autodeclaração e estabelece que os gêneros são "imutáveis desde o nascimento". Segundo o entendimento do governo Trump, estes são definidos pela pessoa que tem "a grande célula reprodutiva" (feminino) e a "a pequena célula reprodutiva" (masculino).
"Sou registrada como mulher inclusive na certidão de nascimento", afirmou Hilton nas redes sociais, após o ocorrido. "Ou seja, estão ignorando documentos oficiais de outras nações soberanas, até mesmo de uma representante diplomática."
Hilton ia aos EUA para participar da Brazil Conference, mas desistiu. O evento é organizado pela comunidade brasileira da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
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